Segundo a assessoria do
Palácio do Planalto, Lula e Trump conversaram rápida e amistosamente ao se
encontrarem no edifício-sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova
York (EUA), onde participam da 80ª Assembleia Geral da entidade, junto com
chefes de Estado e autoridades de outras 191 nações que integram a organização.
Ainda de acordo com o
Planalto, a conversa foi proposta por Trump e imediatamente aceita por
Lula. Agora, assessores dos dois presidentes devem tomar as providências
necessárias, mas ainda não está certo se a futura conversa será presencial
ou por telefone.
Ao discursar durante a Assembleia Geral da
ONU, Trump revelou publicamente que pretende “se encontrar” com Lula na
próxima semana. “Encontrei o líder do Brasil ao entrar aqui e falei com ele.
Nos abraçamos. As pessoas não acreditaram nisso. Nós concordamos que devemos
nos encontrar na próxima semana. Foram cerca de 20 segundos. Conversamos e
concordamos em conversar na próxima semana”, disse o presidente estadunidense,
acrescentando que Lula “parece ser um homem muito agradável”.
“Eu gosto dele e ele gosta de
mim. E eu gosto de fazer negócios com pessoas de quem eu gosto. Quando eu não
gosto de uma pessoa, eu não gosto. Mas tivemos, ali, esses [20 ou] 30 segundos.
Foi uma coisa muito rápida, mas foi uma química excelente. Isso foi um bom
sinal”, acrescentou Trump, sinalizando que o Brasil pode “se dar bem” caso
trabalhe de forma conjunta com os EUA. “Sem a gente, eles vão falhar como
outros falharam.”
As declarações de Trump
causaram surpresa por terem sido feitas em meio a uma crise diplomática entre
Brasil e Estados Unidos. Desde julho deste ano, o governo dos Estados Unidos
vem em uma ofensiva comercial contra o Brasil, taxando a importação de produtos brasileiros, aplicando
sanções contra autoridades brasileiras e tentando interferir em decisões do
Poder Judiciário brasileiro.
Ao fazer o tradicional
discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, pouco antes de Trump
discursar, Lula não mencionou o encontro ou a possibilidade de uma nova
conversa com o presidente estadunidense. Sem citar Trump, criticou as “sanções arbitrárias e unilaterais” dos Estados
Unidos, afirmando que o mundo assiste a um crescimento do
autoritarismo.
“O multilateralismo está
diante de nova encruzilhada. A autoridade desta organização [ONU] está em
xeque. Assistimos à consolidação de uma desordem internacional marcada por
seguidas concessões a política do poder, atentados à soberania, sanções
arbitrárias. E intervenções unilaterais estão se tornando regra”, disse Lula.
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