“Eles entram em contato pelo
WhatsApp, usam a foto do advogado e os dados do processo, mas por um número que
não é do escritório. Como o processo é real, a vítima acredita e acaba caindo
na fraude”, destacou Lucena.
Segundo o representante da
OAB, o golpe segue a mesma lógica de outras fraudes digitais, como a da falsa
central telefônica. “No caso do falso advogado, eles dizem que existe um valor
a receber, mas que é preciso fazer um depósito antecipado para liberar o
dinheiro. Esse benefício não existe, e a vítima acaba perdendo o valor pago”,
explicou.
Grande parte das informações
utilizadas pelos golpistas vem de processos públicos, especialmente aqueles
100% digitais, que exigem que o contato do cliente esteja disponível nos autos.
Além disso, fotos e dados coletados em sites e redes sociais de escritórios de
advocacia são usados para dar mais credibilidade à fraude.
O primeiro contato quase
sempre ocorre pelo WhatsApp, e o número utilizado não pertence ao escritório
verdadeiro. “É justamente isso que caracteriza a engenharia social. A pessoa vê
a foto do advogado, reconhece os dados do processo e não desconfia. Muitas
vezes, nem confere o número de telefone”, alertou Lucena.
Nos casos mais graves, os
criminosos utilizam os dados obtidos para aplicar outros golpes financeiros,
como contratar empréstimos e movimentar contas bancárias em nome da vítima.
Medidas para aumentar a
segurança
A OAB/RN apresentou ao
Tribunal de Justiça do Estado três medidas principais para reforçar a proteção
de advogados e clientes dentro do sistema PJe (Processo Judicial Eletrônico):
Autenticação em dois fatores –
para dificultar acessos indevidos, mesmo em casos de clonagem de tokens ou
senhas.
Uso de CAPTCHA – para impedir
que robôs façam extração automática de dados do sistema.
Proteção de documentos
sensíveis – restringindo o acesso a dados pessoais e documentos confidenciais.
Tribuna do Norte
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