Os dados fazem parte do Censo
de Capitais Estrangeiros, divulgado pelo BC nesta sexta-feira (26), em
Brasília.
Em 1995, quando foi iniciada a
série, o percentual de investimento direto estrangeiro era de 6,1% do PIB. Em
2000, passou para 17,1%, alcançando 25,2% em 2010. Em 2019, superou pela
primeira vez a marca de 30% (34,6%). Em 2023, a marca ficou em 45%.
O chefe do Departamento de
Estatísticas do BC, Fernando Rocha, destaca que a maioria das empresas que
recebem capital estrangeiro é controlada por esses investidores.
“Tem 100% do capital ou tem o
controle da empresa, mais de 50%”, diz Rocha, ao ressaltar o fato de esses
negócios terem maior ligação com o exterior.
“Tipicamente têm uma maior
relação com o exterior, com os seus investidores, têm maior conteúdo importado,
maior conteúdo exportado”, explica.
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Aumento da capacidade
produtiva
O BC divide os US$ 1,1 trilhão
em duas partes: US$ 884,8 bilhões são participação no capital social de
empresas, ou seja, sócios; enquanto US$ 256,4 bilhões são operações
intercompanhia, isto é, empréstimos entre empresas.
“O mais importante é o
caráter tipicamente produtivo desse investimento direto, aumentando capacidade
instalada no país, contribuindo para crescimento de produtividade”, avalia
Rocha.
Apesar do recorde em relação
ao PIB, Fernando Rocha esclarece que, em termos absolutos, o estoque de
investimento direto no país era maior ao fim de 2023, marcando US$ 1,3 trilhão.
O chefe do Departamento de
Estatísticas do BC explica que isso acontece por causa do câmbio.
“Esses investimentos no
Brasil são todos feitos em reais, então a gente apura esses valores, mas depois
converte em dólar”, detalha.
Segundo Rocha, entre o fim de
2023 e o final de 2024, a taxa de câmbio passou de R$ 4,84 por dólar para R$
6,19. “Essa depreciação cambial reduziu esse valor de investimento direto,
quando a gente expressa em dólares”, completa.
Fernando Rocha aponta
que os principais países a investirem diretamente no Brasil são Estados
Unidos, em primeiro lugar, França, Uruguai, Espanha e Países Baixos.
“A gente tem como principais
setores, que somam 40% da posição de investimento, o setor de serviços
financeiros, comércio, eletricidade e extração de petróleo”, elenca.
Agência Brasil
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