Uma parte importante da
história de Arlindo passa pelo tradicional bloco carnavalesco Cacique de Ramos,
onde frequentou rodas de samba e tocou ao lado de outro grandes nomes do
gênero.
Nas redes sociais, o Cacique
de Ramos emitiu uma nota em que diz ter registrado, “com profundo respeito”, a
partida de Arlindo Cruz: “Sua trajetória permanece inscrita na história do
samba e na memória da nossa instituição, como autor e intérprete que, com
talento singular, integrou capítulos essenciais da nossa caminhada.”
Entre os companheiros de longa
data estão Zeca Pagodinho, que também se manifestou nas redes sociais.
“Morre hoje o meu compadre, meu parceiro e meu amigo Arlindo Cruz! Que Deus te
receba de braços abertos! Sofreu muito e agora merece descansar um pouco! Vá
com Deus, meu compadre!”, disse Zeca Pagodinho.
Parceiros desde o grupo Fundo
de Quintal, Sombrinha e Arlindo gravaram álbuns e várias composições
juntos. Sombrinha disse ter sido um privilégio a história que construiu
com o amigo.
“Hoje… o samba entardeceu
triste. Perdi meu compadre. Meu parceiro. Meu irmão de tantas histórias, uma
amizade de longa data. Foi-se um dos maiores poetas do samba. Um gênio da
música brasileira. Um instrumentista único, que transformava notas em emoção. O
seu legado é imenso… e eterno. Que Deus conforte os familiares, os amigos, e
todos que tiveram o privilégio de conviver com você. Nós vamos seguir… cantando
seus sambas… Eternamente, Arlindão. O nosso caso é exceção, é sim!”, disse
Sombrinha.
O perfil da sambista Beth
Carvalho nas redes sociais também publicou uma homenagem a Arlindo
Cruz. “Parte hoje a mão que deu forma ao coração do Brasil. Fica para nós
a missão de fazer com que fique bom outra vez o nosso cantar. Mas hoje não.
Hoje silêncio, o sambista perfeito está dormindo”, diz a postagem, que foi
publicada também no perfil de Luana Carvalho, filha de Beth.
Sambista de uma geração mais
recente, Mumuzinho lamentou a perda de quem considerava como um “pai na música”. “Hoje
o samba chora, e meu coração chora junto. É difícil encontrar palavras para
descrever a dor de perder um mestre, um amigo, um pai na música e na vida como
o Arlindo Cruz. Ele não foi só um artista gigante, ele foi uma entidade, um
cara que quebrou barreiras e me ensinou a cantar tudo o que eu gosto, sem medo
de experimentar”, disse.
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A escola de samba carioca
Império Serrano também teve papel de destaque na carreira de Arlindo. Ele
compôs 12 sambas-enredo para os desfiles na avenida. E foi homenageado pela
agremiação com um enredo em 2023.
“O Império Serrano lamenta,
com imenso pesar e profunda dor, o falecimento de Arlindo Cruz, aos 66 anos, um
dos maiores nomes da história do samba e filho ilustre da nossa coroa
imperial”, diz a nota da escola.
“Arlindo Cruz é parte da alma
do Império Serrano. Compositor genial, cantor de voz marcante e sambista de
coração inteiro, ele escreveu páginas inesquecíveis da nossa história. Ao lado
de grandes parceiros, Arlindo assinou obras-primas que ecoam nos corações
imperianos até hoje, como o inesquecível “O Império do Divino”, de 2006. Ao
todo, foram 12 sambas vitoriosos, com inúmeros prêmios”, complementa a escola
de samba.
O Clube de Regatas do
Flamengo, time de coração de Arlindo Cruz, também publicou nota em homenagem ao
sambista. “Ícone do samba, multi-instrumentista, compositor genial e voz
marcante da cultura brasileira, Arlindo sempre levou o nome do Flamengo com
orgulho, embalando gerações com seu talento e sua paixão pelo Mais Querido.
Nossos sentimentos aos familiares, amigos, fãs e a toda a nação do samba. Seu
legado permanecerá vivo nas arquibancadas, nas rodas de samba e no coração da
Nação Rubro-Negra”, diz a nota.
* Matéria alterada às 18h30
para complementação de informações.
Agência Brasil

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