Com vazão inicial de 10 mil
litros por segundo (10 m³/s), a água deixou a Estação de Controle Caiçara, na
Paraíba, e seguirá mais 21 km até o Túnel Engenheiro Avidos (PB), que começará
a liberação no dia 6 de agosto, com vazão total de 12,5 m³/s, dos quais 10 m³/s
serão destinados ao Rio Grande do Norte. No dia 8 de agosto, as águas chegam ao
Túnel São Gonçalo, em Sousa (PB). A divisa entre Paraíba e Rio Grande do Norte,
a 127 km, deve ser alcançada entre 18 e 22 de agosto, com vazão de 13 m³/s,
sendo 8 m³/s do Projeto de Integração e 5 m³/s do rio Piranhas-Açu.
Segundo o secretário estadual
de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Paulo Varella, a liberação marca
o início efetivo do caminho das águas até o RN. “Inicia-se o caminho das águas
definitivamente em direção ao Rio Grande do Norte. As águas ainda não estão
entrando na fronteira, elas estão caminhando do Açude Caiçara. Esse caminho
começou lá às 8h desta terça-feira vindo lá da transposição de São Francisco,
depois de ter caminhado 239 km. Ela começa agora a descida para o Rio Grande do
Norte”, explica.
Informações divulgadas pelo
MIDR destacam que essa água irá abastecer as barragens de Oiticica, localizada
no município de Jucurutu, e Armando Ribeiro Gonçalves, o maior reservatório do
Rio Grande do Norte, localizado na bacia hidrográfica do rio Piranhas-Açu, nos
municípios de Itajá, São Rafael e Jucurutu.
O uso da água será
prioritariamente destinado ao consumo humano, dessedentação animal e
agricultura, de forma monitorada e com controle técnico rigoroso. “Cada gota de
água dessa tem que ser outorgada, isso tem que ser monitorado, isso tem que ser
fiscalizado para que a gente possa efetivamente fazer valer cada gota de água,
que no semiárido é o grande motor do desenvolvimento”, afirma Varella.
Além do Seridó, está em
andamento a obra de construção do Túnel de Major Sales, que levará as águas da
transposição ao Alto Oeste potiguar. A previsão é que a operação ocorra até
abril de 2026. “É um túnel de 6,5 km e já tem 5,5km prontos. A perspectiva é
que até abril do próximo ano, aproximadamente, a gente possa ter essa água
entrando aqui”, explica.
O custo da água do Projeto de
Integração do São Francisco (PISF) para o Rio Grande do Norte será calculado
com base no volume solicitado e efetivamente recebido pelo Estado, conforme
informações da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos. A
solicitação deve ser feita anualmente por meio do Plano Operativo Anual (POA),
e o valor a ser pago dependerá da tarifa definida pela Agência Nacional de
Águas (ANA). Em 2025, essa tarifa foi fixada em R$ 0,63 por metro cúbico,
segundo a Resolução nº 248, de 8 de abril de 2025. A cobrança segue o modelo de
tarifa binomial, composto por duas parcelas. O Estado, no entanto, terá isenção
de cobrança por um período de três anos ou até o consumo de 300 milhões de
metros cúbicos, volume disponibilizado pelo governo federal devido ao fato de
que, durante a fase de testes do projeto, outros estados já haviam recebido
água.

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