quarta-feira, 9 de julho de 2025

Varejo potiguar registra alta de 0,4% em maio

O volume de vendas do Comércio Varejista Ampliado do Rio Grande do Norte registrou alta de 0,4% em maio de 2025 na comparação com o mesmo mês de 2024, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), do IBGE, divulgados nesta terça-feira (8). Apesar de interromper dois meses de retração, a análise do Instituto Fecomércio RN (IFC) sobre o resultado revela um ritmo de expansão significativamente menor do que o observado há um ano, reflexo de maior incerteza fiscal, enfraquecimento do consumo e crédito mais caro.

Em nível nacional, o comércio ampliado obteve alta de 1,1% em maio, quase três vezes o patamar potiguar. No Nordeste, o Rio Grande do Norte ficou atrás da maioria dos estados: apenas o Maranhão, com queda de 1,4%, e a Bahia, com recuo de 0,6%, tiveram desempenho inferior; enquanto Paraíba, Alagoas e Pernambuco registraram altas de 6,1%, 4,8% e 4,1%, respectivamente.

No acumulado de janeiro a maio de 2025, o RN registra crescimento de 1,3%, frente aos 6,5% registrados no mesmo período de 2024, indicando perda de fôlego no ritmo de expansão do consumo.

Famílias mais cautelosas

A inflação mais elevada e o custo de crédito mais alto, por conta da alta dos juros, aliado ao menor dinamismo do mercado de trabalho e aumento da carga tributária local tem imposto maior cautela às famílias na hora das compras, de acordo com a Fecomércio-RN.

Segundo o Instituto, se o atual ritmo persistir, o varejo potiguar deve encerrar 2025 com crescimento entre 1,5% e 2%, patamar abaixo da média nacional, estimada em alta de cerca de 3%, e distante dos 6,1% registrados em 2024. Uma retomada mais consistente dependerá da manutenção da massa de renda, da melhora da confiança e de estímulos ao crédito — aspectos ainda frágeis no contexto potiguar.

Varejo nacional

As vendas no comércio varejista no país, na passagem de abril para maio, variaram -0,2%, mantendo o índice no campo da estabilidade pelo segundo mês consecutivo (-0,4% em abril). Com isso, a média móvel trimestral foi de 0,1% no trimestre encerrado em maio. Na comparação com maio de 2024, houve alta de 2,1% no volume de vendas. No indicador dos últimos doze meses, o ganho foi de 3,0% e no acumulado no ano, 2,2%.

No comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas cresceu 0,3% em maio.

O cenário, considerado de estabilidade, pode ser explicado pelos resultados de março, quando o índice atingiu o maior patamar da série histórica iniciada em janeiro de 2000. “É o efeito base, ou seja, estabilidade depois de alta, não sendo uma alta qualquer, haja visto que março é o topo da série, além do recuo do crédito à pessoa física”, esclarece o gerente da Pesquisa Mensal de Comércio, Cristiano Santos.

Segundo o levantamento, houve altas no volume de vendas de cinco das oito atividades investigadas: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,0%), Móveis e eletrodomésticos (2,0%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,7%), Tecidos, vestuário e calçados (1,1%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (0,4%).

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