sexta-feira, 18 de julho de 2025

Sargento Gonçalves chama Moraes de “Rei do Brasil”

No plenário da Câmara Federal, o deputado Sargento Gonçalves (PL-RN) expressou sua indignação ao saber da decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre o aumento de tarifa do IOF.

“O rei do Brasil, Alexandre de Moraes derrubou a decisão do Congresso Nacional, ou seja, são 513 Deputados, 81 Senadores da República, para, no final, apenas um homem decidir os rumos do Brasil. Então, fecha o Congresso”, disse o deputado.

Gonçalves seguiu o seu discurso dizendo: “Na verdade, não sei nem para que serve nós estarmos, aqui, votando um projeto se o STF decide tudo”.

Para Gonçalves “se é só o ministro Alexandre de Moraes que decide os rumos do Brasil, não sei para que estarmos aqui, como de ontem para hoje até 1 hora da madrugada, trabalhando em vão, porque, no final, quem decide é ministro do STF”.

Gonçalves estava inconformo como o fato de Moraes determinar o restabelecimento do decreto do governo federal que eleva as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), contrariando uma decisão da Câmara dos Deputados, que havia derrubado o aumento por ampla maioria: 383 votos contra e apenas 98 a favor da manutenção.

Insegurança

O líder da oposição ao governo Lula, senador Rogério Marinho (PL-RN) reagiu contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de manter o decreto presidencial de elevar a alíquota do IOF: “Quando um ministro do STF transforma um imposto de natureza regulatória em uma cobrança meramente arrecadatória — e, pior, de forma retroativa, mesmo após ter anteriormente suspendido sua eficácia —, fica evidente que a segurança jurídica no Brasil está em colapso”.

Para o senador Rogério Marinho, “o que está em jogo não é apenas a interpretação de uma norma tributária, mas o próprio princípio da previsibilidade das decisões judiciais”.

“Vivemos um cenário em que as fronteiras entre os Poderes se confundem: o STF legisla, investiga crime e arrecada como se fosse uma coletoria de impostos em pleno Império Romano”, alertou o líder oposicionista.

Marinho afirma que “é urgente uma reforma profunda do Poder Judiciário. As disputas políticas devem ser resolvidas no ambiente próprio: Executivo e Legislativo”.

No entanto, o senador reconhece a importância da Corte Superior para o país: “O Supremo é um pilar da democracia brasileira, mas não pode continuar funcionando como instância decisória para cada impasse político, fiscal ou administrativo que surja”.

Por fim, Marinho assinalou que “pela independência e harmonia dos Poderes, pela celeridade e racionalidade do sistema judicial, e sobretudo pela recuperação da segurança jurídica, o STF precisa reencontrar sua vocação: ser uma verdadeira Corte Constitucional — guardiã da Constituição, e não protagonista das crises”.

“Desmoralização”, diz vice da Câmara sobre IOF

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), disse nesta quarta-feira (16/7) que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de manter, com ajustes, o decreto do governo que reajustou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) é uma “desmoralização do Congresso brasileiro”.

Altineu deu a declaração enquanto presidia a sessão do plenário da Câmara no lugar do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB).

“Nunca tive postura agressiva e nem terei a nenhuma decisão do STF, mas, como 1º vice-presidente, é uma desmoralização do Congresso brasileiro. […] Quando estiver presidindo a Câmara, não posso aceitar que o povo brasileiro tenha uma decisão, uma falta de respeito ao Congresso Nacional. Nós precisamos tomar atitudes não contra o STF, mas para defender as prerrogativas do Congresso”, declarou.

O vice da Câmara concluiu a fala afirmando que a decisão de Moraes é “lamentável”.

A decisão de Moraes sobre o IOF Moraes determinou que o decreto do governo tem validade, com exceção do trecho que trata da tributação de operações do risco sacado, revogado pelo ministro. Essa parte do texto já vinha sendo alvo de negociação entre governo e Congresso, e tinha revogação prevista, conforme mencionado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na terça (15).

O risco sacado é um adiantamento que os bancos concedem a empresários, e que têm essas grandes companhias como garantidoras da operação. A tributação dessa modalidade gerou uma reação negativa do mercado financeiro e do Congresso Nacional.

Tribuna do Norte

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