Os dados são do IPC Maps 2025,
estudo da IPC Marketing Editora, que há mais de 30 anos avalia o Índice de
Potencial de Consumo dos estados e municípios. De acordo com Marcos Pazzini,
sócio da IPC Marketing, dois fatores principais explicam o avanço da região.
“São dois pontos principais: as enchentes em 2024 no RS prejudicaram o
desempenho da região Sul, além do fato de que o Nordeste está com o turismo bem
desenvolvido, graças ao fortalecimento do dólar perante o real, o que leva mais
turistas brasileiros à região e atrai mais turistas estrangeiros”, disse.
O IPC Maps aponta que o Brasil
deverá movimentar R$ 8,2 trilhões em consumo em 2025, com crescimento real de
3,01% em relação a 2024. Pazzini acrescenta que o aumento geral no consumo se
deve principalmente à redução do desemprego e ao maior rendimento domiciliar.
“Este crescimento está sendo
impulsionado pela melhoria da condição de emprego da população, com a
diminuição do desemprego e melhoria do rendimento domiciliar, o que permite
acesso a bens de consumo com valor mais alto, através de pagamento em prestações.
Hoje a população que trabalha com carteira assinada tem uma segurança maior em
contrair financiamento para pagamento em mais parcelas”, afirmou.
Em Natal, o levantamento
aponta que a maior parte do consumo se concentra em habitação (R$ 5,65
bilhões), em veículos próprios (R$ 3,83 bilhões) e alimentação no domicílio,
que movimenta R$ 3,79 bilhões ao ano. Gastos com alimentação fora do domicílio
totalizam R$ 2,27 bilhões anuais, enquanto vestuário soma R$ 891,5 milhões, e
eletroeletrônicos, R$ 482,8 milhões.
O levantamento mostra ainda
que a cidade possui mais de 266 mil domicílios urbanos, sendo 46,6% da classe
C, 29,3% da D/E, 21,5% da B e apenas 2,7% da classe ª
MEI e Bolsa Família
De acordo com Marcelo Queiroz,
presidente da Fecomércio RN, o forte crescimento econômico em 2024, de 6,1%,
aliado ao recorde de geração de empregos, com mais de 34 mil vagas formais,
impulsionou o comércio de bens e serviços no Rio Grande do Norte no último ano.
A força vem principalmente dos Microempreendedores Individuais (MEIs), que
concentram 83% no setor de comércio e serviços. “Os MEIs fazem a roda da
economia girar mais forte, por serem geradores de renda, emprego [limitado a um
formal] e de consumo para revenda ou insumos para sua atividade”, afirma.
Segundo o sócio da IPC
Marketing Editora, o programa Bolsa Família, apesar de ter sido essencial no
impulso inicial do consumo, perdeu efetividade ao longo do tempo. “Isto é uma
análise baseada no comportamento das pessoas, pois quando você tem certeza de
recebimento de valores sem nenhum esforço, mediante algumas condições
específicas, como por exemplo, o valor do rendimento domiciliar e, de repente,
alguém desta família aceita um trabalho, o rendimento domiciliar sobe e pode
levar à perda do benefício”, explicou.
Além de Natal, outras cidades
potiguares aparecem no ranking de consumo do IPC Maps 2025. Parnamirim ocupa a
segunda posição no estado, com potencial de R$ 10,8 bilhões ao ano, seguida por
Mossoró, com R$ 9 bilhões. São Gonçalo do Amarante, Extremoz, Macaíba, Caicó,
Ceará-Mirim, Assú e Currais Novos completam as dez primeiras colocações no RN.
Na percepção de Marcelo
Queiroz, apesar dos números positivos, o Rio Grande do Norte vem perdendo
fôlego no 2º trimestre. Mesmo assim, a expectativa é de crescimento, porém
menor que a média brasileira. “O alto endividamento das famílias potiguares,
aliado ao aumento da carga tributária estadual, tem tirado poder de compra da
população local”, avalia Queiroz.
No âmbito regional e na
comparação entre as cidades, Salvador lidera o potencial de consumo do
Nordeste, com R$ 101,4 bilhões, seguida por Fortaleza (R$ 96,2 bilhões) e
Recife (R$ 59,8 bilhões). São Luís (R$ 39,9 bi), Maceió (R$ 35,1 bi), João
Pessoa (R$ 34,1 bi), Natal (R$ 31,6 bi), Teresina (R$ 29,9 bi), Aracaju (R$
26,1 bi) e Jaboatão dos Guararapes (R$ 23,2 bi) completam o top 10 da região
Nordeste.
Tribuna do Norte

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