“Vamos tentar tirar
pacificamente. Se não saírem, serão presos”, disse o governador ao Estadão. A
Praça é considerada área de segurança.
Para reforçar a proteção ao
local, o acesso para veículos à Praça dos Três Poderes foi interditado pela
Polícia Militar. Na Praça estão os prédios do Congresso, do STF e o Palácio do
Planalto.
Mais cedo o secretário de
Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, mencionou o risco de um
novo 8 de Janeiro para evacuar os deputados federais Hélio Lopes (PL-RJ) e
Coronel Chrisóstomo (PL-RO) que manifestam na Praça dos Três Poderes nesta sexta-feira,
25.
Segundo Avelar, a ideia era
que os manifestantes seguissem para a Praça das Bandeiras, na Esplanada dos
Ministérios. Já o entorno do STF deveria ser isolado por gradis ainda na noite
da sexta, segundo o plano.
“Aconteceu aqui, a gente não
pode deixar acontecer aqui de novo. Ninguém aqui quer. Infelizmente, não tem
cabimento (uma manifestação aqui)”, disse Avelar aos manifestantes.
A negociação foi feita com o
desembargador aposentado Sebastião Coelho, conhecido por ser crítico do STF.
Com uma esparadrapo na boca, Hélio Lopes tentou dialogar, mas precisou ser
intermediado por Coelho. “Hélio não sai não. Só sai na força. Está determinado”,
disse Sebastião Coelho.
Na conversa, Avelar alegou que
as coisas podem sair do controle, já que outros deputados planejam ir a
Brasília neste fim de semana para fazer coro à manifestação iniciada por Lopes.
Os deputados acabaram não aceitando a sugestão do secretário.
O líder do PL na Câmara dos
Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que irá a Brasília e ficaria ao lado
dos deputados para “garantir que os direitos dos parlamentares sejam
respeitados”.
Avelar apresentou um vídeo
publicado pelo deputado Zé Trovão (PL-SC) nas redes sociais que irá embarcar
para Brasília na madrugada do domingo para justificar a decisão. “Domingo
estarei chegando em Brasília e só saio da frente do STF quando Alexandre de Moraes
for impeachmado (sic), quando o Brasil voltar a sua normalidade”, disse Trovão,
no vídeo.
“Isolar a praça passa uma
imagem muito ruim”, disse Coelho. Imagem pior vai ser chegar pessoas que não
têm a atitude que vocês tem, podem chegar pessoas infiltradas, e a gente não
quer isso. A gente não pode permitir que isso aconteça sob pena de eu ser preso”,
respondeu Avelar.
O secretário de Segurança
Pública disse que na Esplanada, os deputados poderiam reunir mais
manifestantes.
Coelho negocia com Avelar
pedindo um desvio do trânsito. Para ele, os manifestantes precisam estar na
rua, já que ficar apenas no gramado da região seria insuficiente. O diálogo
continua.
Lopes montou uma barraca na
Praça dos Três Poderes em protesto contra as medidas judiciais impostas ao
ex-presidente Jair Bolsonaro. Lopes ainda colocou um esparadrapo na boca
sustentando que a liberdade de expressão está ameaçada no País.
O deputado publicou nas redes
sociais uma carta aberta em que diz que o Brasil “não é mais uma democracia”.
“Não estou aqui para provocar. Estou aqui para demonstrar a minha indignação
com essas covardias. Não estou incentivando ninguém a fazer o mesmo” disse.
Questionado pela reportagem
por que ele resolveu se acampar, ele se manteve calado.
Diante de novas perguntas, o
deputado reagiu gesticulando negativamente, manifestando o desejo de permanecer
sem falar, com a mordaça na boca, enquanto lia o capítulo de Provérbios, do
Velho Testamento da Bíblia.
A manifestação chamou a
atenção de poucos transeuntes, em sua maioria bolsonaristas. O primeiro
político a chegar foi o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), que um
abraço no deputado e disse que irá acampar ao lado de Lopes.
Estadão Conteudo

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