Atualmente em 15% ao ano, a
Selic está no maior nível desde julho de 2006, quando estava em 15,25% ao ano.
Desde setembro do ano passado, a taxa foi elevada sete vezes seguidas.
Segundo a edição mais recente
do boletim Focus, pesquisa semanal com analistas de mercado, a taxa básica deve ser mantida em 15% ao ano até o fim de 2025,
iniciando uma redução em 2026. A divergência agora está no momento do próximo
ano em que os juros começarão a cair.
Na ata da última reunião, em
junho, o Copom informou que a Selic será mantida em 15% ao ano por tempo
prolongado. Segundo o comitê, os núcleos de inflação – medida que exclui
preços administrados e de alimentos in natura – têm se mantido pressionados há
meses. Isso, na avaliação do BC, corrobora com a interpretação de que a
inflação segue pressionada por demanda que requer “uma política monetária
contracionista por um período bastante prolongado”.
Nesta quarta-feira, ao fim do
dia, o Copom anunciará a decisão. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto
do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com
uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto, três de 1 ponto percentual, uma de
0,5 ponto e uma de 0,25 ponto.
Inflação
O comportamento da inflação
continua uma incógnita. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
(IPCA) desacelerou para 0,24% em junho e para 5,35% em 12 meses.
No entanto, o IPCA-15 de julho, que funciona como uma prévia da inflação
oficial, veio acima das expectativas e acelerou por causa de preços de energia e de passagens aéreas.
Segundo o último boletim Focus,
pesquisa semanal com instituições financeiras feita pelo BC, a estimativa de
inflação para 2025 caiu para 5,09%, contra 5,2% há quatro semanas. Isso
representa inflação acima do teto da meta contínua estabelecida pelo Conselho
Monetário Nacional (CMN), de 3% para este ano, podendo chegar a 4,5% por causa
do intervalo de tolerância de 1,5 ponto.
Taxa Selic
A taxa básica de juros é usada
nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema
Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais
taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a
inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado
aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de
juros próxima do valor definido na reunião.
Quando o Copom aumenta a taxa
básica de juros, pretende conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos
preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia.
Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os
juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas
administrativas.
Ao reduzir a Selic, a
tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao
consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
O Copom reúne-se a cada 45
dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a
evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento
do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela
diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.
Meta contínua
Pelo novo sistema de meta contínua em vigor desde janeiro, a meta de
inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário
Nacional, é de 3%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para
cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,5% e o superior é 4,5%.
No modelo de meta contínua, a
meta passa ser apurada mês a mês, considerando a inflação acumulada em 12
meses. Em maio de 2025, a inflação desde junho de 2024 é comparada com a meta e
o intervalo de tolerância. Em junho, o procedimento se repete, com apuração a
partir de julho de 2024. Dessa forma, a verificação se desloca ao longo do
tempo, não ficando mais restrita ao índice fechado de dezembro de cada ano.

Nenhum comentário:
Postar um comentário