A reunião foi convocada pela
comissão interministerial, coordenada por Alckmin, que conversa com os setores
da economia afetados pela imposição da tarifa de 50% sobre os produtos
brasileiros nos Estados Unidos a partir de 1º de agosto.
Ao sair do Palácio do
Planalto, o presidente em exercício afirmou que a reunião foi bem sucedida e
abriu caminho para um diálogo. Alckmin, no entanto, negou que a taxação das big
techs, apontada como uma possível retaliação do Brasil em caso de elevação de
tarifa, tenha sido mencionada.
“Elas são investidores no
Brasil. Demonstraram que o Brasil é relevante no trabalho delas para crescerem
no país e ficaram de nos encaminhar na sequência algumas questões que para eles
são mais relevantes. Abrimos um bom diálogo”, declarou.
Embora o Pix seja um ponto de
atrito entre as big techs e o Brasil, Alckmin afirmou que as grandes empresas
de tecnologia defenderam o Pix para todos.
“O Pix é um sucesso absoluto,
facilitou a vida das pessoas. Nada impede que outras empresas participem da
forma de pagamento. Elas falaram que defendem o Pix para todos. O que é
importante? É que tem que ser de graça. É um sucesso, um exemplo para o mundo.
Muita gente vem para o Brasil para ver como fazer”, afirmou.
Sobre o tarifaço de Trump,
Alckmin disse que o Brasil está em conversas com o governo estadunidense “pelos
canais institucionais e de forma reservada”. Ele não forneceu detalhes sobre
quem seriam os interlocutores dos Estados Unidos.
Segundo a Vice-Presidência da
República, estiveram presentes os representantes das seguintes empresas e
entidades:
Nuno Lopes Alves,
diretor-geral da Visa;
Gustavo Lage Noman,
vice-presidente de Assuntos Governamentais da Visa;
Márcia Miya, government
affairs manager na Apple;
Gustavo Dias, head jurídico e
de Relações Institucionais da Expedia na América Latina;
Yana Dumaresq, diretora de
Políticas Públicas da Meta;
Daniel Arbix, diretor jurídico
do Google;
Igor Luna, consultor jurídico
da Câmara Brasileira da Economia Digital.
Também participaram do
encontro representantes dos Ministérios das Relações Exteriores; da Fazenda; do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; e da Vice-Presidência. Esses
órgãos também compõem o comitê interministerial.
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Na semana passada, o governo
Trump anunciou a abertura de uma investigação comercial contra o Brasil por
supostas práticas desleais. O documento cita a corrupção, o desmatamento,
decisões que limitam a atuação das big techs no Brasil e o Pix, que
prejudicaria empresas financeiras estadunidenses.
* Texto atualizado às 20h38
Agência Brasil

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