A reunião em Brasília foi
liderada pelos ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo
Alckmin, e também contou com a participação do ministro da Agricultura e
Pecuária, Carlos Fávaro. Entre os setores produtivos presentes estavam a pesca,
pecuária, frutas e café. Mais cedo, Alckmin esteve à frente da reunião com empresários do setor
industrial.
Em coletiva de imprensa,
o presidente da Associação Brasileira de Indústrias Exportadoras de Carne
(Abiec), Roberto Perosa, garantiu que a taxa imposta pelos EUA
tornaria inviável a exportação de carne bovina para o país. De acordo com ele,
diversos frigoríficos já suspenderam a produção, mas cerca de 30 mil toneladas
estão neste momento em portos ou embarcadas com destino ao território
norte-americano.
“Nossa sugestão de imediato é
a prorrogação do início da taxação. Existem contratos em andamento. Precisamos
de prorrogação ou retorno à situação anterior. O setor já é taxado em cerca de
36%. Esse 50% seriam inviáveis para a exportação”, destacou Perosa.
O presidente da Associação
Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas),
Guilherme Coelho, relatou o clima de pânico entre os produtores de manga.
Segundo ele, a safra foi
planejada há seis meses e já foram contratados 2,5 mil contêineres para o
transporte das exportações encomendadas pelos Estados Unidos. Coelho
defendeu que os alimentos sejam deixados de fora do tarifaço.
“Quero aqui parabenizar a
iniciativa rápida do vice-presidente Geraldo Alckmin, do governo brasileiro, do
ministro Fávaro. Uma hora dessa não podemos pegar essa manga e jogar na Europa.
Não tem logística para isso”, explicou o presidente da Abrafrutas.
“Não podemos colocar essa
manga no Brasil porque vai colapsar o mercado. Urge uma definição, urge o
consenso, a flexibilidade, um pensamento global, para não ter que deixar a
fruta no pé, o desemprego em massa.”
Laranja e café
Os produtores de laranja
também apresentaram ao governo as preocupações do setor, que tem 40% das
suas exportações com os EUA como destino. Pelos cálculos do presidente da
Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto, 70%
do suco de laranja importado pelos norte-americanos são de origem brasileira.
“Ainda tem tempo para
negociação. Temos confiança de que o governo vai alcançar um bom resultado.
Precisamos de diálogo, negociação e pragmatismo”, ressaltou Netto.
As associações do setor de
café também participaram da reunião com o governo federal. O presidente do
Conselho dos Exportadores de Café (Cecafé), Marcio Ferreira, disse que 33%
de todo o café consumido nos EUA é produzido no Brasil.
“O café brasileiro é o mais
competitivo. Traz o corpo e a doçura que o café de outras origens não tem. O
consumidor está satisfeito e feliz com o café do Brasil”, descreveu Ferreira.
“Agradecemos ao governo por tudo que tem feito no Brasil e no exterior,
inclusive para abertura de mercados. Vamos achar uma solução e ela será
benéfica para todos.”
Agência Brasil

Nenhum comentário:
Postar um comentário