quarta-feira, 16 de julho de 2025

Metrópole Parque atinge limite e aposta na incubação remota

O Programa de Incubação do Metrópole Parque, do Instituto Metrópole Digital (IMD/UFRN) encerrou o primeiro semestre de 2025 operando na capacidade máxima de incubação presencial. O espaço abriga atualmente 34 startups — sendo 20 incubadas e 14 pré-incubadas. Mesmo com o ambiente físico cheio, o parque abriu edital para receber novos negócios de forma remota. O Metrópole Parque tem aproximadamente 150 empresas associadas, gera 3,2 mil postos de trabalho e tem um faturamento anual de cerca de R$ 300 milhões.

Somente nos primeiros seis meses do ano, 11 novas empresas passaram a integrar o programa. Os novos negócios abrangem áreas como inteligência artificial, educação, saúde mental, e manutenção preditiva de aerogeradores. Desde a criação, em 2017, o programa já apoiou cerca de 200 empresas, das quais 19 foram graduadas e continuam ativas após quatro anos de incubação.

De acordo com o diretor do Parque, Rodrigo Romão, a ascensão de startups com foco em IA teve papel central no aumento da demanda por espaço. “Temos projetos muito voltados para aplicações de IA, então isso veio ao encontro de um arranjo geral do IMD. A gente está até para inaugurar nosso núcleo específico de inteligência artificial”, afirma.

A ocupação total da incubadora não significa estagnação. A estrutura do Metrópole Parque está passando por uma reconfiguração interna para otimizar espaços e ampliar postos de trabalho. “A gente está fazendo uma reforma naquele andar onde funciona a nossa incubadora, com a ideia de otimizar espaços, ainda que a gente não vá ter mais tanto o número de salas, mas talvez a gente consiga aumentar um pouco os postos de trabalho para fazer um rearranjo de otimização, com ambientes rotativos, e de coworking”, detalha o diretor do parque.

Mesmo com a limitação física, o Parque mantém o processo seletivo aberto para a modalidade de incubação remota. Estão disponíveis três vagas para pré-incubação e três para incubação, todas no formato online. O edital permanece aberto até o dia 28 de julho e está disponível no site do Parque. Os empreendimentos selecionados terão acesso a benefícios como capacitações, assessorias, apoio à divulgação, uso de auditórios e inserção na rede de inovação do Metrópole, a exemplo do que acontece com a incubação convencional, naturalmente com a exceção do uso fixo do espaço físico da incubadora.

Segundo Rodrigo Romão, o modelo remoto já estava previsto desde o início do programa, inclusive como forma de alcançar startups de fora do estado. “Normalmente uma startup que é fora do Rio Grande do Norte não vai querer, num primeiro momento, se mobilizar para o Estado, mas ela pode se vincular ao programa de forma remota. O arranjo jurídico institucional para ter vínculo remoto já existe desde o início do edital que está atualmente”, explica.

Embora o novo formato priorize o vínculo remoto, o Parque permitirá que essas empresas também utilizem esporadicamente o espaço físico, conforme necessidade. Para Romão, essa flexibilidade deve fortalecer ainda mais o vínculo com o ecossistema. “Ela [a empresa] poderá acessar o nosso prédio e usufruir de alguma questão do espaço físico”.

É justamente esse crescimento do Parque, diz Romão, que tem atraído empresas de setores não tradicionais. “Começaram a chegar startups da área de biotecnologia, nanotecnologia, desenvolvedoras de IA, não só usuárias, e temos também o contexto do ambiente”, relata o diretor. Segundo ele, a estrutura oferecida, aliada ao suporte técnico tem feito do Parque uma verdadeira vitrine para o setor de inovação. “O espaço físico, a infraestrutura, as assessorias que a gente consegue dar dentro da metodologia, eu acho que o contexto que o parque está podendo oferecer é o que está chamando muita atenção”, completa.

Tribuna do Norte

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