Cerca de 57 milhões de pessoas
viviam nesses locais, de acordo com o levantamento.
A pesquisa mostra que 4,5% dos
municípios tinham IFDM crítico e 42,8%, IFDM baixo. Por outro lado, 48,1%
tinham IFDM moderado e 4,6%, IFDM alto.
A mesma pesquisa mostra, no
entanto, que, em uma década, houve melhora no índice de desenvolvimento humano
municipal do país.
Em 2013, 36% dos municípios
estavam na categoria de IFDM crítico e 41,4% em IFDM baixo, que reuniam,
juntos, 103,8 milhões de habitantes. Aqueles com IFDM moderado eram 22,4% e
aqueles com IFDM alto, 0,2%.
Para calcular o IFDM, o estudo
leva em consideração indicadores de emprego e renda, saúde e educação em cada
município brasileiro. A pontuação varia de 0,000 a 1,000.
Os critérios, portanto, são
diferentes do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) calculado pela Organização
das Nações Unidas e divulgado nesta terça-feira (6).
A Firjan considera indicadores
como mercado de trabalho formal, Produto Interno Bruto (PIB) per capita,
diversidade econômica, taxa de pobreza, educação integral, abandono escolar,
educação infantil, formação docente, gravidez na adolescência, óbitos infantis,
cobertura vacinal, internações sensíveis à atenção básica e ao saneamento
inadequado, entre outros.
É considerado IFDM crítico
aquele município que pontua menos de 0,400. Uma pontuação entre 0,400 e 0,599 é
considerado IFDM baixo. De 0,600 a 0,799 o IFDM é classificado como moderado.
Já municípios com 0,800 ou mais entram na categoria de IFDM alto.
A média do IFDM do país subiu
de 0,4674 em 2013 para 0,6067 em 2023, um aumento de 29,8%. Nesse período,
5.495 dos municípios brasileiros (99% do total) tiveram melhora no
índice.
Os municípios com até 20 mil
habitantes, segundo a pesquisa, apresentaram um crescimento mais acelerado em
comparação com as cidades com mais de 100 mil habitantes
O indicador de educação foi o
que mais evoluiu nesses dez anos, com um avanço de 52,1%. Mesmo com a melhoria
geral da situação do IFDM, 55 municípios apresentaram retrocesso.
Além disso, o economista-chefe
da Firjan, Jonathas Goulart, destaca que ainda há muitos municípios com índice
baixo ou crítico.
“Se a gente pegar o padrão de
desenvolvimento desses municípios com desenvolvimento crítico apresentado de
2013 a 2023 e projetar para saber em quanto tempo eles vão chegar no nível de
desenvolvimento dos municípios com alto desenvolvimento, a gente percebeu que
esses municípios com nível de desenvolvimento crítico só vão chegar no padrão
das cidades com alto desenvolvimento em 2046.”
“Então a gente pode falar que
os municípios menos desenvolvidos estão com 23 anos de atraso em relação aos
municípios com alto desenvolvimento. Aqui a gente já começa a perceber que
existe uma discrepância muito grande, são dois países completamente diferentes.
Apesar de a gente ter um país que é regido pela mesma Constituição e dentro de
um mesmo regime político”.
A pesquisa mostrou que a maior
parte dos municípios com IFDM crítico ou baixo estão nas regiões Norte e
Nordeste. Juntas, as duas regiões contabilizam 87% de seus municípios nessa
faixa de IFDM.
Os 14 estados com maior
percentual de municípios com desenvolvimento baixo ou crítico estão nessas
regiões. No Amapá, 100% dos municípios estão nessa situação.
Em seguida, aparecem Maranhão
(77,6%), Pará (72,4%) e Bahia (70,5%). Rondônia e Ceará apresentam situação
melhor, com percentuais de 26% e 29,1%, respectivamente.
Por outro lado, Sul, Sudeste e
Centro-Oeste possuem, em conjunto, apenas cerca de 20% de seus municípios nessa
situação.
Em São Paulo, o percentual é
de apenas 0,3%. O Rio de Janeiro é o pior estado dessas três regiões, com um
percentual de 31,8% (acima de Rondônia e Ceará).
Municípios
Os dez municípios com os
maiores IFDM ficam em São Paulo ou no Paraná. A lista é liderada por Águas de
São Pedro (0,8932), município paulista que tem economia voltada para o
turismo.
Em segundo lugar aparece São
Caetano do Sul, também em São Paulo (0,8882). Em terceiro lugar, Curitiba é a
capital mais bem posicionada, com 0,8855.
Completam a lista dos dez
melhores índices Maringá (PR), com 0,8814; Americana (SP), com 0,8813; Toledo
(PR), com 0,8763; Marechal Cândido Rondon (PR), com 0,8751; São José do Rio
Preto (SP), com 0,8750; Francisco Beltrão (PR), com 0,8742; e Indaiatuba (SP),
com 0,8723.
Além de Curitiba, as capitais
com melhores índices são São Paulo (0,8271), Vitória (0,8200), Campo Grande
(0,8101) e Belo Horizonte (0,8063).
Na outra ponta, os dez
municípios com piores índices ficam no Norte e Nordeste. A última colocação
ficou com Ipixuna (AM), com 0,1485, seguido por Jenipapo dos Vieiras (MA), com
0,1583; Uiramutã (RR), com 0,1621; Jutaí (AM), com 0,1802; Santa Rosa do Purus
(AC), com 0,1806; Oeiras do Pará (PA), com 0,2143; Fernando Falcão (MA), com
0,2161; Limoeiro do Ajuru (PA), com 0,2420; Melgaço (PA), com 0,2429; e
Curralinho (PA), com 0,2431.
As cinco capitais com piores
IFDM são Macapá (0,5662), Boa Vista (0,6319), Belém (0,6390), Salvador (0,6442)
e Manaus (0,6555).
Entre as capitais, apenas
Florianópolis teve piora no IFDM, de 2013 para 2023. Fortaleza e Maceió tiveram
os principais avanços no indicador, nesse período.
Agência Brasil

Nenhum comentário:
Postar um comentário