A estimativa está no Boletim
Focus desta segunda-feira (5), pesquisa divulgada semanalmente pelo BC sobre os
principais indicadores econômicos. Em sua última reunião, em março, o Copom
elevou a taxa pela quinta vez consecutiva para 14,25% ao ano .
Política monetária
A alta consolida um ciclo de
contração na política monetária. Após chegar a 10,5% ao ano de junho a agosto
do ano passado, a taxa começou a ser elevada em setembro do ano passado, com
uma alta de 0,25 ponto, uma de 0,5 ponto e três de 1 ponto percentual. Agora, a
expectativa é que ela suba 0,5 ponto.
Para o mercado financeiro, a
Selic deve encerrar 2025 em 14,75% ao ano. Para o fim de 2026, a estimativa é
de que a taxa básica caia para 12,5% ao ano. Para 2027 e 2028, a previsão é que
ela seja reduzida novamente, para 10,5% ao ano e 10% ao ano, respectivamente.
A taxa básica é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação.
Em comunicado, o Copom informou que a economia brasileira está aquecida, apesar
de sinais de moderação na expansão. Segundo o BC, a inflação cheia e os núcleos
– medida que exclui preços mais voláteis, como alimentos e energia – continuam
em alta.
O órgão alertou que existe o
risco de que a inflação de serviços permaneça alta e informou que continuará a
monitorar a política econômica do governo. Na reunião de março, Copom informou
que elevará a taxa Selic “em menor magnitude” na reunião desta semana, mas não
deixou pistas para o que acontecerá depois disso.
Inflação
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros a finalidade é conter a demanda
aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem
o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram
outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como
risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Assim, taxas mais
altas também podem dificultar a expansão da economia.
Quando a taxa Selic é reduzida
a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao
consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade
econômica.
Nesta edição do Focus, a
previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do país – passou de 5,55% para
5,53% este ano. Para 2026, a projeção da inflação foi mantida em 4,51%. Para
2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,8%, respectivamente.
A estimativa para 2025 está
acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida
pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3%, com intervalo de
tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite
inferior é 1,5% e o superior 4,5%.
Em março, a inflação fechou em
0,56%, pressionada principalmente pelos preços dos alimentos, de acordo com o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dessa pressão, o
IPCA perdeu força em relação a fevereiro, quando marcou 1,31%. No acumulado em
12 meses, a inflação soma 5,48%.
PIB e câmbio
A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia
brasileira este ano permanece em 2%. Para 2026, a expectativa para o Produto
Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país) também
ficou em 1,7%. Para 2027 e 2028, o mercado financeiro estima expansão do PIB em
2%, para os dois anos.
Em 2024, a economia brasileira
cresceu 3,4%. O resultado representa o quarto ano seguido de crescimento, sendo
a maior expansão desde 2021 quando o PIB alcançou 4,8%.
A previsão da cotação do dólar está em R$ 5,86 para o fim deste ano. No fim de
2026, estima-se que a moeda norte-americana fique em R$ 5,91.
Fonte: Agência Brasil

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