"Todos nós sabemos os
motivos da guerra, não precisamos entrar em detalhes dos motivos da guerra. Eu
estou preocupado é em encontrar o motivo da paz", afirmou Lula durante
entrevista à imprensa, em Pequim, onde o presidente brasileiro cumpriu visita oficial nos últimos dias.
Lula esteve na semana passada
em Moscou, onde já havia tratado do assunto.
No último domingo (11), o presidente ucraniano se disse pronto para encontrar Putin em
Istambul, na Turquia, país que também está mediando uma tentativa de
acordo.
Apesar da oferta de conversa
feita pelos russos, e endossada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, até o momento não houve confirmação da participação pessoal de
Vladimir Putin no encontro, sugerido pelo próprio Zelensky.
"O meu ministro Mauro
Vieira [Relações Exteriores] tinha recebido um telefonema do chanceler da
Ucrânia dizendo que o Zelensky gostaria que eu pedisse para o Putin, para saber
se o Putin estava disposto a fazer um acordo de paz, uma trégua de 30 dias.
Tive a oportunidade de jantar ao lado do Putin e foi a primeira coisa que
perguntei. E o Putin disse textualmente que 'eu topo discutir isso a partir do
acordo que estávamos fazendo em Istambul, em 2022'. Eu não conheço [os detalhes
desse acordo]. Quando eu parar em Moscou [em escala de voo na volta ao Brasil],
eu vou tentar falar com o Putin. Não me custa nada falar: 'olha, companheiro
Putin, vai até Istambul negociar, pô'", disse Lula ao responder a pergunta
de um jornalista.
O presidente foi incisivo
na defesa de uma "movimentação política" pela paz, que só será
alcançada por meio de negociação verbal entre as partes.
"Somente os dois [Rússia
e Ucrânia] podem encontrar uma solução. E é com muito otimismo que ouvi a
proposta do Putin, ouvi a aceitação da propsta do Putin pelo Zelensky. E
que o presidente Xi Jinping e eu colocamos o resultado disso numa nota, parabenizando
tanto a proposta do Putin quanto a aceitação do Zelensky, na possibilidade que
juntem em Istambul e, ao invés de trocar tiro, trocar palavra".
Faixa de Gaza
Durante a entrevista, Lula
voltou a comentar sobre a situação dramática em Gaza, e pediu que o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tenha o mesmo empenho para
acabar com o conflito na Palestina como está tendo para o fim da guerra na
Ucrânia.
"Com toda a divergência
que eu possa ter com Trump e ele comigo, acho que a decisão dele sobre a guerra
[na Ucrânia] foi importante. Você tinha o nosso amigo [Joe] Biden
[ex-presidente dos EUA] falando em guerra todo dia, em destruir a Rússia todo dia.
O Trump veio e falou que é preciso paz, fazer parar essa guerra. E eu espero
que ele possa terminar o genocídio na Faixa de Gaza. Aquilo não é uma guerra, é
um genocídio", defendeu Lula.
"Não é uma guerra entre
dois exércitos [na Faixa de Gaza]. É uma guerra entre um Exército altamente
sofisticado contra mulheres e crianças", reforçou.
Agência Brasil

Nenhum comentário:
Postar um comentário