De acordo com Ivo Lopes, presidente do Sindicato dos Revendedores de GLP (Singás-RN), o último aumento médio no repasse feito pelas distribuidoras foi de R$ 2,72, elevando o preço final ao consumidor para valores que variam entre R$ 105 e R$ 110. Com o novo aumento, o preço deve alcançar R$ 115 sem a entrega ainda nesta semana. “Algumas revendedoras têm estoque, então elas vão primeiro terminar de vender o que está estocado. Aquelas que não têm mais, já podem repassar o valor imediatamente, mas aquelas que ainda têm gás para vender, devem fazer isso a partir de quinta ou até sexta-feira”, comenta.
Este é o terceiro aumento no
valor do GLP repassado às revendedoras potiguares desde janeiro deste ano,
segundo o sindicato. As empresas distribuidoras, ainda conforme o presidente do
Singás, justificam o aumento com base na estratégia de comercialização da
Petrobras, que passou a leiloar parte do gás que antes era fornecido
diretamente ao mercado interno.
A prática, segundo
representantes do setor, tem impactado diretamente os custos de aquisição do
produto. Bruno Souto, gestor comercial de uma distribuidora com 11 unidades
espalhadas pelo RN, aponta que a política de leilões tem forçado o mercado a
absorver uma variação mensal de preços sem a devida previsibilidade. “A
Petrobras tem exportado parte do gás e, com isso, reduz a oferta no mercado
interno. O excedente é leiloado. E quem não consegue comprar no mercado direto
tem que disputar nos leilões. Isso encarece o produto e afeta toda a cadeia”,
afirma.
Segundo Bruno, o mercado tem
enfrentado dificuldades para repassar integralmente esses aumentos ao
consumidor, especialmente nos meses em que os reajustes não são amplamente
divulgados. “Muitos aumentos não chegam ao conhecimento do público. Isso gera
desconfiança e o consumidor acredita que é o revendedor que está elevando o
preço por conta própria. Mas a gente já vem acumulando prejuízos desde
janeiro”, explica.
A partir da segunda-feira
(13), o preço de retirada de um botijão de gás na distribuidora de Bruno sairá
de R$ 95 para R$ 99, enquanto o valor com entrega passará a ser de R$ 110. Ele
destaca que a pressão sobre os preços não ocorre apenas pelo valor do produto,
mas também por fatores como transporte. “Quando sobe o gás, sobe o diesel, o
frete, os impostos. É uma reação em cadeia”, explica.
Bruno ressalta que o mercado
não vem apresentando indícios de queda nos preços. A disputa de valores mais
baixos, segundo ele, se torna insustentável, especialmente para empresas com
grande volume de vendas mensais.
Tribuna do Norte

Nenhum comentário:
Postar um comentário