A lista de concessões com
problemas inclui ainda as rodovias BR-040 entre Minas e o Distrito Federal,
BR-163 no Mato Grosso do Sul, BR 101 entre Espírito Santo e Bahia, BRs 060, 153
e 262 entre DF, Goiás e MG, a BR-101 no Rio de Janeiro e as BRs 116 e 324, na
Bahia, além das estaduais BA-526 e BA 528, no mesmo Estado. A ferrovia Malha
Oeste, entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, também está em processo de
devolução.
A via da relicitação, um
processo de devolução amigável de concessões aprovado pelo Congresso em 2017, tem se
mostrado ineficaz, e o governo discute com as empresas formas de resolver os
imbróglios por meio da repactuação dos acordos com ou sem manutenção dos atuais
operadores. A relicitação permite que o contrato de concessão de infraestrutura
seja extinto e que o governo federal estabeleça novas condições para celebrar
uma nova parceria, por meio de outra licitação. Isso acontece quando os
requisitos previstos entre setor público e privado para a concessão não estão
sendo atendidas, caso da falta de investimentos, por exemplo, em rodovias ou
aeroportos. As etapas burocráticas da relicitação fazem o processo levar anos.
Empresas que devolvem as
concessões ao aderir a relicitação recebem indenização pelos investimentos
realizados e o pagamento pode ser feito pelo novo operador que vencer o leilão
de relicitação. Isso torna o processo mais vantajoso para as concessionárias,
que poderiam correr o risco de perder a operação, de toda forma, através de um
processo de caducidade solicitado pelo poder público -- no qual a indenização
entraria em uma fila de precatórios a ser paga pelo estado. Multas aplicadas
por órgãos de controle à empresa que possui a concessão, pelo não cumprimento
de obrigações do contrato, são descontadas do valor a ser indenizado.
Desde que foi aprovado, o instrumento
da relicitação só chegou ao fim uma vez: com a mudança da operação do
aeroporto São Gonçalo do Amarante, há um
mês. O outro caso bem-sucedido driblou o caminho da relicitação: a
responsabilidade pela BR-163 no
Mato Grosso passou das mãos do setor privado (Concessionária Rota do Oeste)
para as do governo estadual, também neste ano, após muita discussão.
A demora para a conclusão do processo de relicitação e o caminho tortuoso até chegar em uma solução fazem o governo buscar outras formas de destravar a situação das concessões problemáticas. São casos em que a receita das concessionárias ficou frustrada, em parte pelas condições dos leilões estabelecidas no governo Dilma, pela euforia do setor privado e pela crise econômica que atingiu o país e o setor a partir de 2014. Com isso, as empresas não conseguem cumprir o investimento estabelecido nos contratos — o que faz as multas aplicadas se acumularem e compromete a qualidade do serviço oferecido à população.
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