Jarbas Martins diz que a cidadania é a ciência da paz social| Foto: Cedida
O juiz Jarbas Bezerra
conseguiu aprovar no colegiado da UFRN a criação da disciplina “Cidadania como
Ciência Jurídica e Social”. A matéria, inédita na instituição, passa a integrar
a grade curricular dos cursos do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) e
tem como proposta abordar a cidadania de forma integrada entre Direito e
Ciências Sociais. A primeira turma começa em março de 2026.
A aprovação veio após meses de estudos, preparação de documentos, articulação interna e trâmites formais dentro da universidade, sendo aprovada por unanimidade pelos professores do curso.
Segundo o idealizador, também docente da disciplina, a nova matéria nasce com o
objetivo de ampliar a compreensão dos estudantes sobre o papel da cidadania na
construção da convivência coletiva.
Jarbas Bezerra explica que o conteúdo foi pensado para demonstrar aos alunos
“como a cidadania é de importância para o nosso convívio social”. Bezerra
afirma que, ao reconhecer direitos e deveres, os estudantes passam a
compreender de forma mais ampla seu papel nas relações humanas e profissionais.
“No ambiente de trabalho vai ter mais harmonia, as pessoas vão conhecer mais
seus direitos e deveres, porque infelizmente no Brasil as pessoas conhecem
muitos direitos, mas nenhum dever”.
Ele destaca que, em qualquer ambiente social ou acadêmico, o diálogo e a
negociação se tornam mais eficazes quando existe compreensão mútua sobre
direitos, deveres e limites. “Você vai ter uma relação professor-aluno com
certeza mais saudável, porque a cidadania, no fundo, se a gente se imaginar, é
a ciência da paz social. Através da cidadania que os conflitos são resolvidos
de uma forma melhor, através de diálogo, de negociações”.
O assunto também pode ser aplicado em disciplina no Ensino Médio e Fundamental.
“A gente vê que os estudantes são ensinados para passar no Enem. Mas eles não
estudam nenhuma disciplina voltada para a cidadania. Então, por isso que a
gente tem hoje conflitos entre professores e os alunos, a gente tem muito
conflito no trânsito, conflito na família”, destacou.
Jarbas Bezerra também defende que a disciplina se torna ainda mais relevante
diante do contexto político atual. “A gente está vivendo um momento de
intolerância, de sectarismo, as pessoas são vinculadas a uma ideologia X e
outra ideologia Y, e as pessoas não sabem viver em harmonia”, disse o
professor.
Com a disciplina aprovada, a UFRN passa a ser pioneira no país na adoção formal
do estudo da cidadania como ciência jurídica e social.
Jarbas Bezerra é o único pesquisador a defender a cidadania como ciência no
mundo. “Não há nenhum estudo científico no mundo, e eu criei uma teoria
jurídica universal da cidadania, que comprovo ser uma ciência”, afirma.
A disciplina se apoia na tese construída por ele, na qual apresenta a Teoria
Jurídica Universal da Cidadania (TEJUC). Segundo o autor, essa formulação
demonstra que a cidadania deve ser compreendida como uma ciência, assim como
Sociologia, Filosofia, Psicologia, Medicina e Direito.
Jarbas Bezerra destaca que essa abordagem científica amplia o alcance do estudo
sobre cidadania e cria bases para que os estudantes desenvolvam análises
críticas e integradas entre as diversas áreas das ciências sociais aplicadas.
“Todo mundo pensa que ciência só pode ser ciências naturais, como a química, a
física, que você comprova em laboratório. A ciência social, já que a cidadania
ali é uma ciência jurídica e social, você pergunta qual é o laboratório. O
laboratório é a sociedade, é o meio, é o habitat social”, destacou Bezerra.
Tribuna do Norte

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