quarta-feira, 1 de outubro de 2025

RN pode fechar 2025 com 34 mil vagas de empregos, projeta Sedec

A Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte (Sedec) projeta que o estado poderá encerrar 2025 com saldo aproximado de 34 mil empregos formais. A estimativa, feita pelo secretário-adjunto, Hugo Fonseca, considera a recuperação observada a partir de junho e os resultados positivos dos últimos meses. “A tendência até o final do ano é de continuidade nesse movimento, com destaque para o último trimestre”, afirmou.

Segundo ele, a taxa Selic em 15% e mudanças no mercado de contratação em setores como Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas contribuíram para um recuo no primeiro semestre, mas a retomada se consolidou no meio do ano. “Se a média de agosto se mantiver nos próximos meses, o estado deverá encerrar 2025 com um saldo em torno de 34 mil novos empregos, resultado semelhante ao registrado no ano anterior”, projetou.

O balanço mais recente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na segunda-feira (29), confirma o otimismo da pasta. Em agosto, o Rio Grande do Norte registrou o melhor desempenho do ano, com 5.339 novas vagas de trabalho, fruto de 24.285 admissões e 18.946 desligamentos. O número superou os 3.462 empregos de julho e os 1.459 de junho, mas ainda ficou abaixo de agosto de 2024, quando o saldo foi de 7.424 vagas. No acumulado de janeiro a agosto, o estado soma 15.397 novos postos, bem menos que os 26.706 no mesmo período do ano passado. Os dados apontam para uma recuperação em curso, mas também revelam que 2025 avança em ritmo mais lento.

A trajetória do ano mostra oscilações. O RN começou 2025 em queda, com saldo negativo de 421 empregos em janeiro. A virada ocorreu em fevereiro, quando os setores de construção, comércio e serviços garantiram 2.617 vagas. Março voltou ao campo negativo (-1.902), principalmente pela agropecuária, mas abril reagiu com 2.674 postos. Maio manteve o fôlego, com 2.169 vagas, junho somou 1.459 e julho acelerou, com 3.462, até alcançar o pico em agosto.

Entre os setores econômicos, o destaque é o de serviços, que lidera o saldo acumulado do ano com 5.763 empregos, apesar de variações mensais. Em maio, por exemplo, o setor chegou a perder 1.529 postos, mas voltou a crescer em junho, julho e agosto. Na sequência aparecem a indústria, com 4.313 vagas acumuladas, o comércio (2.504), a construção (1.849) e a agropecuária (957). Em agosto, a agropecuária foi responsável por 2.332 vagas, seguida pelos serviços (1.223), indústria (1.093) e comércio (761), enquanto a construção recuou em 66 postos.

Na comparação com 2024, o setor de serviços também desacelerou, evidenciando o impacto de fatores macroeconômicos sobre a economia local: de janeiro a agosto do ano passado, o setor havia criado 14.605 empregos, quase três vezes mais que no mesmo período de 2025.

O presidente do Sistema Fecomércio-RN, Marcelo Queiroz, avalia que os números de agosto confirmam sinais de expansão. “Com base nos dados do Caged, é possível avaliar positivamente o desempenho verificado em agosto, que foi o melhor mês deste ano para a geração de emprego no Rio Grande do Norte. O resultado pode ser interpretado como um sinal de que a economia potiguar está em expansão e continua gerando oportunidades para trabalhadores e empreendedores”, disse.

No caso do Comércio e Serviços, ele diz que os segmentos estão onde esteve a tração do emprego no RN no mês. “Porém, é importante apontar que, apesar do saldo positivo, o emprego formal vem crescendo menos em 2025 no estado”, pontuou. Para Queiroz, o futuro do setor depende de medidas estruturais. “A Fecomércio RN entende que a sustentação do crescimento do setor de serviços e a ampliação da geração de emprego no comércio dependem, em primeiro lugar, da continuidade do ciclo de crescimento econômico”, aponta.

No entanto, os desafios são inúmeros, segundo o presidente. “Esse processo só pode ocorrer com a redução da inflação; queda da taxa de juros; além da necessidade de ampliação dos investimentos públicos, um desafio diante dos déficits fiscais nos âmbitos federal e estadual”, afirmou.

Tribuna do Norte

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