Segundo ele, a taxa Selic em
15% e mudanças no mercado de contratação em setores como Informação,
Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e
Administrativas contribuíram para um recuo no primeiro semestre, mas a retomada
se consolidou no meio do ano. “Se a média de agosto se mantiver nos próximos
meses, o estado deverá encerrar 2025 com um saldo em torno de 34 mil novos
empregos, resultado semelhante ao registrado no ano anterior”, projetou.
O balanço mais recente do
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na
segunda-feira (29), confirma o otimismo da pasta. Em agosto, o Rio Grande do
Norte registrou o melhor desempenho do ano, com 5.339 novas vagas de trabalho,
fruto de 24.285 admissões e 18.946 desligamentos. O número superou os 3.462
empregos de julho e os 1.459 de junho, mas ainda ficou abaixo de agosto de
2024, quando o saldo foi de 7.424 vagas. No acumulado de janeiro a agosto, o
estado soma 15.397 novos postos, bem menos que os 26.706 no mesmo período do
ano passado. Os dados apontam para uma recuperação em curso, mas também revelam
que 2025 avança em ritmo mais lento.
A trajetória do ano mostra
oscilações. O RN começou 2025 em queda, com saldo negativo de 421 empregos em
janeiro. A virada ocorreu em fevereiro, quando os setores de construção,
comércio e serviços garantiram 2.617 vagas. Março voltou ao campo negativo (-1.902),
principalmente pela agropecuária, mas abril reagiu com 2.674 postos. Maio
manteve o fôlego, com 2.169 vagas, junho somou 1.459 e julho acelerou, com
3.462, até alcançar o pico em agosto.
Entre os setores econômicos, o
destaque é o de serviços, que lidera o saldo acumulado do ano com 5.763
empregos, apesar de variações mensais. Em maio, por exemplo, o setor chegou a
perder 1.529 postos, mas voltou a crescer em junho, julho e agosto. Na sequência
aparecem a indústria, com 4.313 vagas acumuladas, o comércio (2.504), a
construção (1.849) e a agropecuária (957). Em agosto, a agropecuária foi
responsável por 2.332 vagas, seguida pelos serviços (1.223), indústria (1.093)
e comércio (761), enquanto a construção recuou em 66 postos.
Na comparação com 2024, o
setor de serviços também desacelerou, evidenciando o impacto de fatores
macroeconômicos sobre a economia local: de janeiro a agosto do ano passado, o
setor havia criado 14.605 empregos, quase três vezes mais que no mesmo período
de 2025.
O presidente do Sistema
Fecomércio-RN, Marcelo Queiroz, avalia que os números de agosto confirmam
sinais de expansão. “Com base nos dados do Caged, é possível avaliar
positivamente o desempenho verificado em agosto, que foi o melhor mês deste ano
para a geração de emprego no Rio Grande do Norte. O resultado pode ser
interpretado como um sinal de que a economia potiguar está em expansão e
continua gerando oportunidades para trabalhadores e empreendedores”, disse.
No caso do Comércio e
Serviços, ele diz que os segmentos estão onde esteve a tração do emprego no RN
no mês. “Porém, é importante apontar que, apesar do saldo positivo, o emprego
formal vem crescendo menos em 2025 no estado”, pontuou. Para Queiroz, o futuro
do setor depende de medidas estruturais. “A Fecomércio RN entende que a
sustentação do crescimento do setor de serviços e a ampliação da geração de
emprego no comércio dependem, em primeiro lugar, da continuidade do ciclo de
crescimento econômico”, aponta.
No entanto, os desafios são
inúmeros, segundo o presidente. “Esse processo só pode ocorrer com a redução da
inflação; queda da taxa de juros; além da necessidade de ampliação dos
investimentos públicos, um desafio diante dos déficits fiscais nos âmbitos federal
e estadual”, afirmou.
Tribuna do Norte
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