Segundo Alckmin, a
estatal também lançará 18 blocos offshore para exploração de petróleo
nas bacias de Santos e Campos. “É recorde. São 18 blocos no ano que vem e um
número ainda maior em terra”, afirmou.
O acerto ocorre em meio à
pressão dos Estados Unidos sobre a Índia, que sofre tarifas de até 50% em razão
de sua compra de petróleo russo. Apesar disso, o país asiático mantém forte
dependência da Rússia, que responde por mais de um terço de seu consumo energético.
A parceria com o Brasil surge
como uma alternativa diplomática e estratégica para Nova Déli diversificar
fornecedores.
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Preferências tarifárias
Durante a missão, Brasil e
Índia também definiram um cronograma para ampliar o Acordo de Comércio
Preferencial Mercosul–Índia, hoje considerado restrito. O governo brasileiro
quer elevar o comércio bilateral para US$ 15 bilhões em 2025 e US$ 20 bilhões
até 2026.
O tratado atual cobre
apenas 450 categorias de produtos e prevê reduções tarifárias modestas, entre
10% e 20%. A proposta em discussão busca ampliar o número de produtos
beneficiados e aprofundar as preferências comerciais.
“Temos um acordo de
preferência tarifária que cobre poucas linhas. Podemos ampliar e aprofundar
para aumentar nossa competitividade”, afirmou Alckmin.
Para a diretora de negócios da
ApexBrasil, Ana Repezza, a revisão do tratado é prioridade diante das tensões
internacionais. “A ampliação tornou-se prioridade estratégica, especialmente
após as tensões com os Estados Unidos”, disse.
Cooperação empresarial e
setorial
A missão brasileira reuniu
representantes de 20 setores, incluindo agronegócio, tecnologia, energia e
saúde. As conversas abordaram a redução de tarifas e o acesso ao mercado
indiano, além de medidas para facilitar negócios, como o visto eletrônico para empresários
indianos e parcerias na área farmacêutica.
O ministro da Saúde, Alexandre
Padilha, deve chegar a Nova Déli nesta sexta-feira (17) para aprofundar as
negociações na área.
As iniciativas reforçam a
aproximação entre Brasil e Índia em um momento de reconfiguração geopolítica
global, com os dois países buscando ampliar sua presença no comércio
internacional e consolidar-se como atores centrais do Sul Global.
Agência Brasil

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