O ministro recomendou que a
população evite bebidas alcoólicas nos próximos dias, principalmente que
estejam em garrafas de destilados fechadas com roscas.
“Nossa recomendação é evitar
bebidas destiladas, sobretudo aquelas que a garrafa é feita com a rosca”, disse
Padilha, afirmando que ainda não foram identificados casos de adulteração em
bebidas alcoólicas vendidas em latas ou em garrafas com tampas metálicas.
“É um produto de lazer, não
faz parte da cesta básica, de necessidade. Então evite risco no seu momento de
lazer.” Para ele, o “momento é de atenção e não de pânico”.
O ministro também anunciou
medidas tomadas pelo governo para enfrentar os casos de intoxicação, que têm se
espalhado pelo Brasil. Padilha afirmou que existem 604 farmácias de manipulação
capazes de produzir o etanol farmacêutico, substância usada como antídoto
nesses casos, com devida recomendação médica.
Ele afirmou que foram
adquiridas 12 mil ampolas da substância pelo governo, que serão distribuídas
para os Centros de Referência de Toxicologia espalhados pelo País.
Padilha também informou que o
governo adquiriu 2.500 tratamentos de Fomepizol, outro antídoto para o metanol,
por meio da Organização Pan-Americana de Saúde. Segundo ele, os medicamentos
chegarão ao longo da próxima semana.
Aos profissionais de saúde da
rede pública e privada, a recomendação do ministro é de que façam a notificação
imediata já na primeira suspeita clínica de intoxicação. Ao registrar o caso, o
Centro de Referência de Toxicologia do Estado passa a oferecer suporte técnico
para a condução adequada, orientando sobre o cumprimento do protocolo do
Ministério da Saúde.
Isso inclui checar acidose
metabólica, garantir hidratação, monitorar a função cardíaca e iniciar todas as
condutas indicadas, como o uso de etanol farmacêutico. A notificação precoce,
mesmo em casos suspeitos, também é fundamental para rastrear onde a bebida foi
consumida e identificar rapidamente o local de aquisição, auxiliando na
resposta sanitária, explicou Padilha.
O metanol é usado como
matéria-prima para combustíveis e é impróprio para consumo humano, mas estaria
sendo utilizado na falsificação de bebidas alcoólicas. Em forma pura, ele tem
gosto levemente adocicado e alcoólico, parecido com o etanol, e não tem odor
forte característico. Em destilados com 30% ou 40% de teor alcoólico, não é
perceptível no sabor.
Metanol: quais cuidados tomar?
Verificar a origem do produto,
certificando-se de que o lacre da embalagem esteja intacto.
Desconfiar de preços muito
abaixo do mercado e pontos de venda informais.
Verificar as embalagens e
recusar aquelas com rótulo mal impresso ou com erros. Além de ausência de CNPJ,
lote ou data de validade.
Ficar atento a características
atípicas na bebida, como odores estranhos, cores e consistência incomuns.
Ao notar alguma diferença, não
fazer testes caseiros como cheirar, provar ou tentar queimar a bebida. Essas
práticas não são seguras nem conclusivas.
Em bares e restaurantes, se
houver alguma desconfiança, vale pedir que o garçom sirva a bebida na frente do
consumidor.
Embora sintomas como náuseas e
vômitos possam ser confundidos com os de uma ressaca comum, eles costumam se
manifestar de forma mais intensa. Caso sinta algum sinal, procure atendimento
médico imediatamente.
Estadão Conteúdo
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