Pensado em parceria com o
Projeto República, centro de memória e documentação da Universidade Federal de
Minas Gerais (UFMG), coordenado pela professora Heloisa Starling, O
Mantiqueira terá como centro de seu projeto editorial contar as histórias do
século 21, Nesta edição estão reflexões sobre a memória e sua relação
com o espaço nas terras e águas da serra, assim como na ocupação caipira, no
tempo do campo e na relação do homem com o território, onde constrói cultura e
formas de estar no mundo. Nas palavras de Leonardo Piana, que assina um dos
artigos da publicação, "você está escrevendo sobre as montanhas. O
que é verdade, mas também esconde tantas coisas".
A edição conta com uma
entrevista do historiador Evaldo Cabral de Mello, matérias de cultura, como a
que reflete sobre a obra do artista plástico e compositor Heitor dos Prazeres,
além de dedicar tempo e energia à reflexão sobre democracia, a ascensão nazista
nos anos 30 na Alemanha, assim como na atualidade brasileira e
em seus desafios, das cidades ao interior das florestas, e seu delicado
equilíbrio.
"A Serra da Mantiqueira é
uma estrada interminável, por onde cruzam diversos caminhos, todos embutidos
uns dentro de outros e cada um deles conduzindo adiante o fio de suas
histórias. Quando olhamos para a história da Mantiqueira, vemos a história dos
indígenas, dos escravizados, das riquezas do nosso país", diz Heloísa
Starling.
Para ela, a Mantiqueira
oferece ferramentas para que se possa refletir sobre o presente e imaginar
o futuro que queremos.
" É um espaço que nos
leva a pensar a importância dos direitos, da preservação do meio ambiente, de
uma riqueza que não pode ser concentrada, mas precisa ser repartida para que a
sociedade não permaneça desigual. Direitos são convincentes porque ressoam
dentro de cada um. Por essa razão, demandam participação ativa daqueles que os
detém e incitam os excluídos a falar por si mesmos e a exigir reconhecimento
igual", acrescenta.
A distribuição do suplemento
será feita pelo Carde e pela editora Autêntica, que assina o projeto
junto com o República e a FLMA. A edição 0 (zero) é gratuita e será
distribuídas na sede do Carde, em livrarias, bancas, escolas e universidades da
região, principalmente da cidade de Campos do Jordão, onde se localizam a
fundação e o museu, além de ser disponibilizada para download. Sua
periodicidade será quadrimestral.
A fundação que financia o
projeto foi criada para ser o legado de Lia Maria Aguiar, uma das herdeiras do
grupo Bradesco e detentora de uma das 50 maiores fortunas do país. Adotada pelo
fundador do banco, Lia não tem filhos. Além de criar a fundação, disse que
doará seu patrimônio, estimado em mais de R$ 1 bilhão, para a instituição que
carrega seu nome.
Agência Brasil

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