Durante as aulas, os
aposentados aprendem a lidar com o uso básico e intermediário do celular,
entendendo funcionalidades essenciais para o dia a dia. São abordadas questões
fundamentais de segurança digital e prevenção contra fraudes, além de
ensinamentos práticos sobre como utilizar aplicativos como WhatsApp, redes
sociais como Facebook e Instagram, serviços bancários digitais e o sistema de
pagamentos via Pix.
O conteúdo também inclui
orientações sobre como pedir transporte por aplicativos, fazer pedidos de
delivery, realizar compras pela internet, usar ferramentas úceis para facilitar
a rotina e explorar opções de entretenimento digital. Outro destaque do curso é
a introdução ao uso de inteligência artificial, com foco no ChatGPT.
Ao longo das aulas, o
professor acompanha cada participante de forma personalizada, prestando suporte
individual e esclarecendo dúvidas de acordo com os conteúdos apresentados em
cada etapa. A proposta é garantir que os alunos se sintam confiantes, confortáveis
e capazes de utilizar a tecnologia com autonomia.
Segundo Silvanna Rocha,
coordenadora do Núcleo de Atendimento ao Aposentado do TJRN, o curso surgiu a
partir da percepção das demandas reais enfrentadas pelos servidores
aposentados. A ação foi criada no ano passado por meio da Resolução nº 12/2024,
com o objetivo de valorizar aqueles que contribuíram para a construção da
história do Judiciário norte-rio-grandense. “Os aposentados têm muita
dificuldade em tarefas básicas, como ligar um celular ou utilizar o WhatsApp.
Ao identificarmos essa carência, surgiu a ideia de desenvolver um curso voltado
à inclusão digital”, explica.
As aulas são semanais e
realizadas duas vezes por semana. Silvanna destaca ainda que a proposta é
promover independência para que os aposentados possam realizar tarefas simples
do dia a dia sem depender de familiares. “A pretensão é que eles se tornem mais
independentes. Que consigam, por exemplo, pedir um Uber ou um iFood sozinhos,
sem depender dos filhos”, exemplifica.
A oficial de justiça
aposentada, Genilda Santos de Medeiros, está aposentada desde 2013 e fica
ansiosa para o dia do curso: “Estou chegando geralmente uma hora antes, naquela
ansiedade de ter logo a aula. É muito esclarecedor. Muita coisa que a gente está
descobrindo. Muita novidade sobre os recursos do celular que eu desconhecia”,
conta.
Ela conta que se sentia
ultrapassada e tinha dificuldades em atividades básicas do dia a dia com a
tecnologia. “Eu me sentia meio perdida, meio do século passado. O curso está
esclarecendo muito para mim e para os colegas”. A sensação de valorização também
é destacada por ela: “É uma atitude excelente que o tribunal teve para conosco,
os aposentados. Não esqueceu da gente”.
O que para muitos pode parecer
uma tarefa simples do dia a dia, para alguns aposentados ainda representa um
desafio. Genilda Santos compartilhou uma das descobertas que mais a
surpreenderam durante o curso: “Eu achava que, para passar um áudio, tinha que
ficar segurando o botão. Mas não… Uma coisa simples, o professor ensinou: é só
deslizar para cima. Eu nunca tinha aprendido isso”, contou.
As dificuldades com
comunicação digital não param por aí. Ela também não conseguia assinar o nome
em listas no WhatsApp: “Eu descobri como colar, copiar, anexar uma lista.
Colocar o meu nome numa lista. Eu não sabia, aprendi aqui”.
“Há algum tempo, se tinha a
ideia de que o aposentado sentava numa cadeira e esperava a morte chegar. Hoje
já não é assim. Hoje há aposentados novos. Eles ainda têm muita coisa para
acrescentar ao mundo. E essa é a nossa ideia: que eles se atualizem e que
coloquem a experiência deles para outras pessoas”, disse a coordenadora do
núcleo Silvanna Rocha.
Atualmente, o curso conta com
uma turma formada por 12 participantes, com atividades previstas até o dia 10
de novembro. As aulas são ministradas pelo engenheiro de produção Ramon de
Figueirêdo, especialista em consultoria empresarial.

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