O resultado de agosto confirma
a trajetória de recuperação do mercado de trabalho potiguar em 2025, embora
abaixo da linha de 2024, cujo pior desempenho ocorreu em dezembro. O Rio Grande
do Norte encerrou aquele mês com saldo negativo de 3.708 demissões a mais que
admissões, registrando queda em todos os cinco principais agrupamentos
econômicos, especialmente no comércio e na construção civil.
O início de 2025 ainda foi
marcado por retração: janeiro apresentou saldo negativo de 421 vagas, mas
fevereiro trouxe fôlego, com 2.617 postos criados, puxados pela construção,
serviços e comércio. Março voltou a registrar queda, com 1.902 desligamentos a
mais que contratações, sobretudo na agropecuária, mas abril recuperou o fôlego
com saldo de 2.674 vagas, impulsionado pelo setor de serviços.
Em maio, mesmo com retração
nos serviços, a indústria compensou e assegurou saldo positivo de 2.169 postos.
Junho foi marcado pelo desempenho da agropecuária, que ajudou a sustentar saldo
de 1.459 vagas, e de 3.462 em julho, que teve queda apenas na construção. Em
agosto, novamente a construção apresentou recuo (-66), apesar de menor, mas os
demais setores reagiram e sustentaram o melhor resultado mensal do ano. Os
dados setoriais mostram que o setor agropecuário continuou na liderança em
agosto, com 2.332 vagas, seguido pelo de serviços, que abriu 1.223 postos. A
indústria registrou saldo positivo de 1.093 empregos e o comércio somou 761.
A capital Natal teve papel de
destaque, com 9.236 admissões e 7.975 desligamentos, alcançando saldo de 1.261
postos no mês. Desde janeiro, o município acumula 6.122 vagas abertas e
completou sete meses consecutivos de crescimento no emprego formal. Em abril, a
capital bateu recorde ao criar 2.220 empregos, o maior resultado mensal desde o
início da série histórica do Novo Caged, em 2020. O prefeito Paulinho Freire
afirmou que os números refletem o esforço da administração municipal em
fomentar o ambiente de negócios e garantir segurança para investidores. “A
Prefeitura tem atuado como indutora e fomentadora do crescimento, criando
condições para novos negócios e garantindo segurança para quem já empreende. O
saldo positivo de Natal é reflexo direto desse esforço coletivo”, afirmou.
No comparativo regional, o Rio
Grande do Norte foi o quinto estado do Nordeste que mais gerou empregos em
agosto. Pernambuco liderou com 12.692 vagas, seguido pela Bahia (11.015),
Paraíba (8.492) e Ceará (6.933). Logo depois aparecem o RN (5.339), Maranhão
(3.149), Alagoas (2.803), Piauí (2.591) e Sergipe (2.330).
País abre 147 mil novas vagas
Em âmbito nacional, o Brasil
criou 147.358 empregos com carteira assinada em agosto, fruto de 2.239.895
admissões e 2.092.537 desligamentos. O número superou o saldo de julho
(134.251), mas ficou abaixo de agosto de 2024, quando haviam sido criadas 239.069
vagas. No acumulado de janeiro a agosto, o país registra 1.501.930 novos postos
de trabalho, com crescimento de 3,18% em relação a dezembro de 2024.
O setor de Serviços liderou o
crescimento, com 773.385 postos (+3,36%), seguido pela Indústria, que registrou
273.231 novas vagas (+3,06%), com destaque para a fabricação de produtos
alimentícios (+51.004). A Construção teve 194.545 novos empregos (+6,81%), o
Comércio 153.483 (+1,45%) e a Agropecuária 107.297 (+5,97%).
Entre as unidades da
Federação, São Paulo concentrou o maior saldo de empregos no período (+436.729
ou +3,05%), seguida por Minas Gerais (+152.968 ou +3,12%) e Paraná (+108.778 ou
+3,38%). Segundo o ministro Luiz Marinho, o resultado confirma a tendência de
crescimento do emprego formal, mas ainda sofre impactos de fatores como o nível
elevado da taxa de juros, que limita o ritmo da recuperação econômica.

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