O Brasil aparece na lista com
uma tarifa de 10%. O chefe de Estado norte-americano, no entanto, assinou em 30
de julho outro decreto em que instituía uma taxa adicional de 40% sobre
diversos produtos brasileiros. A alíquota sobre os itens nacionais será,
portanto, de 50%. O Brasil é o maior afetado.
Houve uma dúvida, porém, se as
tarifas para o Brasil entrariam em vigor em 6 de agosto ou em 7 de agosto já
que Trump assinou um decreto em 30 de julho, falando só do Brasil, e outro em
31 de julho, sobre outros países.
O Mdic (Ministério de
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) disse na 2ª feira (4.ago.2025)
que as tarifas ao Brasil vigoram a partir de 6 de agosto. “Estão livres da
tarifa adicional as cargas embarcadas no Brasil até 7 dias após a ordem executiva
de 30 de julho, desde que entrem nos EUA até 5 de outubro. Serão tarifados os
produtos sujeitos à alíquota adicional que embarcarem após 00:01 de 6 de
agosto”, afirmou o ministério.
Foram excluídos do tarifaço
694 produtos brasileiros. Suco de laranja e aviões são exemplos. Leia aqui a
lista de produtos que se livraram do tarifaço.
O texto assinado por Trump
cita “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente
motivado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Trump publicou em 9 de julho
uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciando a tarifa de
50%. O republicano justificou o aumento pelo tratamento que o governo
brasileiro deu a Jair Bolsonaro, a quem disse respeitar “profundamente”.
“A forma como o Brasil tratou
o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo
durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha
internacional”, disse Trump.
Trump declarou que o governo
dos EUA concluiu que precisa se afastar da “relação de longa data e muito
injusta” provocada pela política tarifária de barreiras comerciais do Brasil.
Segundo o presidente
norte-americano, as taxas dos EUA estão longe de ser recíprocas com o país da
América do Sul. Ele afirmou que é preciso corrigir as “graves injustiças do
regime atual”.
“Por favor, entenda que o
número de 50% é muito menor do que o necessário para termos a igualdade de
condições que precisamos com o seu país”, declarou Trump.
O presidente dos EUA disse que
se Lula aumentar as tarifas em retaliação haverá um acréscimo de igual
proporção aos 50% anunciados.
Tarifas podem reduzir PIB do
Brasil em até R$ 110 bi
As tarifas impostas pelo
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros podem
reduzir o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em até R$ 110 bilhões no longo
prazo, segundo estimativa da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
(FIEMG) divulgadas nesta terça-feira, 5.
O estudo aponta que os
impactos atingem 55% das exportações brasileiras ao mercado norte-americano e
afetam diretamente setores como siderurgia, agropecuária e indústria de
transformação.
A medida determina a aplicação
de uma tarifa adicional de 40% sobre uma ampla gama de produtos brasileiros
exportados para os Estados Unidos, somando-se aos 10% já em vigor desde abril.
Mesmo com a isenção concedida a 694 itens — o equivalente a 45% do valor
exportado pelo Brasil — os efeitos negativos sobre a economia nacional seguem
expressivos.
De acordo com a FIEMG, o
impacto também deve afetar o mercado de trabalho, com a possível eliminação de
até 146 mil postos formais e informais em todo o país no prazo de dois anos. A
renda das famílias brasileiras pode ter queda de R$ 2,74 bilhões no mesmo
período.
Entre os produtos mais
atingidos estão carne bovina, café, produtos semimanufaturados de ferro e aço,
além de bens manufaturados. Os setores industriais com maior exposição às
tarifas são siderurgia, fabricação de calçados, máquinas e equipamentos, produtos
de madeira e agropecuária.
Tribuna do Norte

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