“Nós esperamos agora que haja
ponderação, haja bom senso e que possamos implementar as ações que estamos
colocando para que nós possamos sair desse processo de obstrução da sessões”,
explicou o senador Rogério Marinho, que entende a obstrução das votações como
“medida extrema”, mas necessária porque há mais de 15 dias não consegue
interlocução com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP).
“É um desrespeito com a casa e
com o parlamento. O senador Davi Alcolumbre pode ser aliado do governo, mas não
pode ficar de costa para a instituição e não pode ficar de costa para o
parlamento. Ele representa o conjunto do Congresso Nacional e precisa ouvir o
parlamento”, cobrou Marinho.
“É necessário urgentemente,
para que a população acredite que de fato o Poder Legislativo que representa o
povo é importante e haja de verdade equilíbrio entre os Poderes e possamos
resgatar os valores da democracia liberal, que o presidente Davi Alcolumbre
(União-AP) entenda, é necessário que ele tenha estatura nesse momento e permita
a abertura do processo de impedimento por crime de responsabilidade em desfavor
do ministro Alexandre Moraes”.
Ao lado de senadores e
deputados federais da oposição, o senador Rogério Marinho expôs em frente ao
Congresso Nacional numa coletiva de imprensa, expôs as razões para se exigir a
votação de uma série de projetos no Congresso Nacional: “Nós estamos vivendo um
momento de exceção no país, há um ovo da serpente, que é o inquérito das “fake
news”, o inquérito do fim do mundo”.
E citou episódios ocorridos
com dois deputados federais que em Brasília foram à praça pública, “que é do
povo e representa a cidadania brasileira, e de uma forma pacífica e ordeira,
colocaram, inclusive, o esparadrapo na boca, começaram um protesto contra a
falta de liberdade de expressão, o arbítrio e a censura que estabeleceu no
país”, mas foram impedidos de se manifestar por determinação de Alexandre de
Moraes.
“De uma e meia da manhã o
oficial de justiça que veio retirá-los da praça pública por ordem do xerife
geral do país, que é o ministro Alexandre de Moraes no âmbito deste inquérito
do “fake news” de sete anos, que cabe tudo e tem centenas de outros inquéritos
em função do inquérito originário, foi simplesmente o governador do Distrito
Federal, Ibaneis Rocha (MDB, que foi acordado uma hora da manhã pelo ministro
Alexandre de Moraes para agir como se oficial de justiça o fosse, certamente
amedrontado, coagido para que fizesse um serviço ou uma ação que não lhe
cabia”, disse Marinho.
Para o líder da oposição,
“isso é muito grave e mostra a hipertrofia ou a invasão de competência de um
Poder sobre os demais Poderes da República”, porque esse inquérito vai
completar em março de 2026 sete anos: ”Tem que fazer um grande bolo de
comemoração, porque esse inquérito representa uma ação inquisitorial com tudo o
que isso representa. Um inquérito aberto de ofício, sigiloso, que permite um
poder extraordinário a uma única pessoa, que engloba praticamente todos os
assuntos da República e que não é encerrado, porque certamente se quer manter
este poder que existe sobre a nação brasileira e no próximo ano nós teremos a
eleição.
Rogério Marinho alertou que
embora Alexandre Moraes deixa a presidência do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE) em 2026, “continuará como presidente de um inquérito que pode tudo”.
“Nós temos dezenas de
parlamentares que hoje estão em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF),
não é por corrupção, não é por roubo ou malversação de recursos públicos, é por
crime de opinião, porque no Brasil hoje é crime, é delito grave se questionar
os Poderes da República, apontar arbitrariedades e se dizer, de uma forma
inclusive absolutamente natural, que a legislação brasileira não está sendo
cumprida ou pior ela está sendo elastecida, ou como é a palavra da moda,
relativizada, em função da conveniência”.
Segundo Marinho, a questão do
foro privilegiado “é um exemplo cabal” de como a Justiça está sendo usada com
parcialidade. “O foro foi ampliado em 2023, justamente para que, na nossa
opinião, o ex-presidente Jair Bolsonaro fosse alcançado não pelo um pleno do
STF, mas por uma turma, que não tem imparcialidade, temos lá, por exemplo, o
ministro Flávio Dino que tem uma ação contra o presidente Bolsonaro e esse
cidadão não se julga impedido. Nós temos um ministro chamado Alexandre de
Moraes, que é o condutor do processo que, claramente e notoriamente, é
adversário do presidente Bolsonaro, que tem dado várias declarações prejulgando
essa ação. Ou seja, já sabemos que o jogo está jogado”.
Marinho disse que o artigo 53
da Constituição Federal que trata da inviolabilidade do mandato parlamentar e
do foro privilegiado, “transformou-se na verdade numa arma de subordinação e de
coação do Legislativo”.
Outro aspecto, acrescentou
Marinho, é que “há um grito de guerra, um mantra que a esquerda profere como se
fosse uma palavra de ordem, que unifica todas as correntes. Sem anistia. O
ódio, o ressentimento, a divisão do país entre nós e eles, o radicalismo, a
necessidade de se ter uma narrativa que coloque uma cortina de fumaça sobre os
problemas que o país tem, é o que está por trás disso”.
Marinho classificou a esquerda
de “hipócrita”, porque a esquerda “foi anistiada por crimes de morte, de
violência, de roubo, de assalto, de sequestro. E o Brasil se reconciliou para
se voltar para os problemas mais importantes que a nação brasileira tem”.
Então, prosseguiu o senador, a
anistia é importante “para que possamos nos reconciliar como país e nos
debruçarmos sobre os problemas reais que a sociedade brasileira tem”.
Tribuna do Norte

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