“Conheci e tive contato com o
ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei profundamente, assim como a maioria
dos outros líderes mundiais. A maneira como o Brasil tem tratado o
ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante
seu mandato — inclusive pelos Estados Unidos —, é uma desgraça internacional.
Este julgamento não deveria estar acontecendo. Trata-se de uma caça às bruxas
que deve acabar IMEDIATAMENTE!”, escreveu Trump.
“Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres e
os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (como
recentemente ilustrado pelo Supremo Tribunal Federal do Brasil, que emitiu
centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS a plataformas de mídias
sociais dos EUA, ameaçando-as com multas de milhões de dólares e expulsão do
mercado brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, os EUA imporão ao Brasil
uma tarifa de 50% sobre qualquer envio de produtos brasileiros aos Estados
Unidos, além de todas as tarifas setoriais.”
BIG TECHS
De uma leva de tarifas que o presidente dos EUA anunciou nesta semana, esta é a
mais alta até o momento. “E isso é necessário para retificar as graves
injustiças do atual regime”, ressaltou.
Em uma carta publicada em sua conta nas redes sociais, Trump justificou a
decisão “em parte pelos ataques insidiosos do Brasil contra as eleições livres
e os direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos.”
O texto também informa que Trump também pretende implementar uma retaliação
formal ao Brasil por causa de medidas judiciais contra plataformas digitais
americanas, como a suspensão recente do X pelo ministro do Supremo Alexandre de
Moraes.
Em um trecho, Trump informa que pediu a um de seus principais auxiliares em sua
ofensiva tarifária para apurar supostas ações do país contra atividades
comerciais digitais de empresas americanas e “outras práticas comerciais
desleais”
Na carta, Trump diz ainda que determinou a abertura de uma investigação contra
a Seção 301 do Brasil por práticas comerciais desleais ou injustas.
A Seção 301 é um dispositivo da Lei de Comércio de 1974 dos Estados Unidos. A
norma prevê a apuração de práticas estrangeiras desleais que afetam o comércio
americano. Na prática, a medida funciona como um mecanismo de pressão
internacional para defender os interesses dos EUA.
Comércio
Trump ainda apontou que a relação comercial entre as partes é “muito injusta”,
marcada por desequilíbrios gerados por “políticas tarifárias e não-tarifárias e
pelas barreiras comerciais do Brasil”, e que os EUA deveriam se afastar da
relação comercial de longa data.
Segundo Trump, a alíquota de 50% “é muito menor do que o necessário para termos
condições de concorrência equitativas que devemos ter com o seu país”.
O presidente dos EUA reforçou o discurso de que a maneira para evitar as
taxações é levar a produção e empresas brasileiras para dentro do território
norte-americano. Ainda acrescentou que se o país buscar retaliar elevando suas
tarifas de importação, a alíquota aplicada pelos norte-americanos será elevada
em igual magnitude.
Ademais, Trump disse que vai orientar o USTR (representante comercial dos
Estados Unidos), Jamieson Greer, a iniciar uma investigação sobre o Brasil com
base na Seção 301 da Lei de Comércio dos EUA.
Ao ser incluído na lista de observação, o país é avaliado se violou algum
acordo comercial, de modo que, se constatada irregularidade, os EUA podem
iniciar procedimentos junto da OMC (Organização Mundial do Comércio).
“Se você deseja abrir seus mercados comerciais até então fechados para os
Estados Unidos e eliminar suas políticas e barreiras comerciais tarifárias e
não-tarifárias, talvez consideraremos um ajuste nesta carta. Estas Tarifas
podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo da nossa relação com
o seu país”, concluiu.
Reciprocidade
O Palácio do Planalto prepara, nos bastidores, uma reação à tarifa extra de 50%
sobre produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos anunciada na
quarta-feira (9/7) pelo governo Donald Trump. Auxiliares do presidente Lula
ouvidos pela coluna afirmam que o governo brasileiro deve manter a mesma
postura diante de outras tarifas extras anunciadas por Trump ao Brasil: a da
“reciprocidade”. A ideia do governo brasileiro é anunciar que produtos
exportados pelos americanos ao Brasil também serão sobretaxados. O percentual,
porém, ainda será discutado pelo Palácio do Planalto.
Com superávit, EUA são
clientes VIPs do Brasil
Diferentemente da relação
comercial com outros países, os EUA tem com o Brasil um superávit. Ou seja, os
brasileiros compram mais produtos dos EUA que os americanos do Brasil.
Segundo a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), trata-se de uma
pauta bastante diversificada. São 51 itens industriais que integram 70% das
exportações brasileiras aos EUA, de aviões a máquinas, passando por produtos
químicos.
Nos casos da União Europeia e da China, maior parceiro comercial do Brasil,
essa diversificação é bem menor: 22 e três produtos, respectivamente. Enquanto
para a China prevalece a exportação de commodities, o Brasil exporta para os
EUA produtos industrializados, de maior valor agregado, o que torna a relação
comercial com a maior economia do mundo ainda mais importante para o Brasil.
No ano passado, o Brasil exportou cerca de US$ 40 bilhões para os EUA e comprou
um pouco mais que isso dos americanos. A corrente de comércio de US$ 81 bilhões
representou uma alta de 8,2% no ano passado. Somente em abril deste ano, as
exportações brasileiras para os EUA atingiram US$ 3,57 bilhões em abril, alta
de 21,9% na comparação com o mesmo mês de 2024.
Lula convoca reunião de
emergência com ministros
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva (PT) convocou uma reunião de emergência nesta quarta-feira (9) após o
presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar novas tarifas de 50% ao
Brasil.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já estava com o presidente do momento
do anúncio da taxa. O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e
Serviços e vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro das Relações
exteriores, Mauro Vieira, também foram convocados.
Trump anunciou nesta quarta que irá aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos
importados do Brasil. A nova alíquota entra em vigor a partir do dia 1º de
agosto.
O presidente norte-americano compartilhou a nova taxa em carta endereçada a
Lula, na sua rede social, Truth Social.
Trump vem anunciando uma série de taxas contra parceiros comerciais nos últimos
dias, e mais cedo sinalizou que novas medidas devem ser divulgadas nas próximas
horas.
Até o momento, a taxa aplicada ao Brasil é a mais alta. Argélia, Brunei,
Iraque, Líbia, Moldávia, Sri Lanka e Filipinas estão entre as nações atingidas
por tarifas anunciadas nesta quarta, cujas alíquotas vão até 30%.
Segundo Trump, a alíquota de 50% “é muito menor do que o necessário para termos
condições de concorrência equitativas que devemos ter com o seu país”.
Dólar futuro dispara a R$ 5,60
após “tarifaço”
A cotação do dólar futuro para
agosto dispara na quarta-feira (9) após o presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, confirmar a taxação de 50% sobre a importação de produtos do Brasil.
Por volta das 17h45, os contratos tinham alta acima de 1,7%, negociados ao
redor de R$ 5,542. Na máxima, a cotação chegou a bater R$ 5,604, segundo dados
do Refinity.
O pregão encerrou com alta de 1,05%, a R$ 5,503, antes da divulgação da carta de Trump ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O movimento acontece em reação ao anúncio do presidente dos Estados Unidos,
Donald Trump, em aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos importados do
Brasil. A nova alíquota entra em vigor a partir do dia 1º de agosto.
O republicano compartilhou a notícia em carta endereçada ao presidente Lula da
Silva (PT), na sua rede social, Truth Social. No documento, Trump atribui a
cobrança, além de uma relação que diz ser injusta com o país, à postura do STF
(Supremo Tribunal Federal) com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De uma leva de tarifas que o presidente dos EUA anunciou nesta semana, esta é a
mais alta até o momento.
Agência Brasil

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