Peskov e outras autoridades
russas vêm rejeitando, de forma recorrente, as acusações de Kiev e de seus
aliados ocidentais de que as negociações de paz estariam travadas. Enquanto
isso, Moscou intensifica os ataques de longo alcance contra cidades ucranianas,
tendo lançado, em uma única noite, mais drones do que em alguns meses inteiros
de 2024 – e analistas avaliam que a ofensiva deve permanecer.
“O presidente Putin falou
repetidamente sobre seu desejo de alcançar um acordo pacífico com a Ucrânia o
mais rápido possível. Trata-se de um processo longo, que exige esforço e não é
fácil”, declarou Peskov a Pavel Zarubin, repórter da TV estatal. “O principal
para nós é atingir nossos objetivos. E eles estão bem claros”, completou.
O Kremlin insiste que, para
qualquer acordo de paz, a Ucrânia deverá se retirar das quatro regiões que a
Rússia anexou ilegalmente em setembro de 2022 – embora nunca tenha controlado
totalmente esses territórios. Moscou também exige que Kiev abandone sua
tentativa de ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e
aceite severas restrições às suas Forças Armadas – exigências rejeitadas por
autoridades ucranianas e seus parceiros ocidentais.
Ameaça de Donald Trump
No último dia 14, Trump
ameaçou a Rússia com o aumento de tarifas e anunciou o envio de armamentos
norte-americanos à Ucrânia, adotando um tom mais duro contra Moscou após meses
de frustração com negociações fracassadas para encerrar a guerra.
As conversas diretas entre
Rússia e Ucrânia em Istambul, em maio resultaram em algumas trocas de
prisioneiros, mas pouco além disso. Trump afirmou que irá implementar “tarifas
severas” caso um acordo de paz não seja firmado em até 50 dias. Ele não detalhou
como essas medidas seriam aplicadas, mas indicou que o alvo seriam os parceiros
comerciais da Rússia, numa tentativa de isolar Moscou na economia global.
Além disso, Trump afirmou que
aliados europeus devem comprar “bilhões e bilhões” de dólares em equipamentos
militares dos Estados Unidos para transferência à Ucrânia, reabastecendo os
estoques de armas do País. O plano inclui sistemas de defesa aérea Patriot, uma
das prioridades do governo ucraniano para conter ataques com drones e mísseis
russos.
fonte: Estadão Conteudo

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