“Turistas são orientados a
adotarem as práticas adequadas para a atividade em meio às trilhas, sobretudo
nas bordas dos cânions. Placas sinalizam o caminho e alertam os visitantes ao
longo do trajeto, sobre os riscos e as precauções que devem ser tomadas”,
destaca a nota divulgada pela empresa Urbia Cânions Verdes, que atua nos
Parques Nacionais de Aparados da Serra e Serra Geral.
De acordo com a empresa,
também é mantida equipe de segurança com bombeiros civis treinados para
atendimento a emergências ou acidentes. E, como as trilhas são classificadas de
nível médio e intermediário, a contratação de guias de turismo registrados
no Cadastur é opcional, mas não é intermediada pelo administrador do parque.
Todas essas regras integram o
Sistema de Gestão de Segurança no Parque Nacional da Serra Geral, planejamento
apresentado no Protocolo Operacional de Visitação (Prov), um documento aprovado
pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) dentro
das exigências do contrato de concessão.
O documento é um plano
detalhado de como funcionará cada área onde os visitantes podem acessar e que
tipo de atividades pode ser praticadas por eles. Além de informações sobre
horário de funcionamento, serviços disponíveis, monitoramento das visitas e restrições
aos visitantes, também são descritos todos os componentes de segurança, seja de
uso individual ou os que irão compor o ambiente, como sinalização, guarda-corpo
e ancoragens fixadas ou naturais. Tudo deve ser aprovado pelo ICMBio, órgão
técnico capaz de avaliar a viabilidade das atividades e equipamentos.
No caso do acidente do Parque
Nacional da Serra Geral, o órgão informou, por meio de nota, que não foram
detectadas falhas sistêmicas na segurança e na sinalização das áreas de
visitação, mas acrescentou que “como órgão gestor e fiscalizador dos contratos
de concessão dos serviços de apoio à visitação da unidade de conservação,
tomará medidas para revisão e eventual reforço na segurança nos parques
nacionais abertos à visitação.”
Turismo
Para o diretor executivo da
Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta),
Luiz Del Vigna, é importante lembrar que seja uma caminhada em uma trilha no
parque, um passeio a cavalo ou a descida em uma tirolesa, todas essas práticas
implicam risco.
“O fato é que a atividade de
turismo de aventura, em ambientes naturais, ambientes não controlados, é
evidente que os riscos de acidentes, de incidentes, são maiores. Então, como há
esse risco, a gente tem que se preparar e por isso criamos um conjunto de
normas técnicas que versam sobre gestão de segurança”, diz
Del Vigna explica que são 44
as regras que regulam o setor do turismo de aventura, conforme previsto no
Código de Defesa do Consumidor. Entre as medidas previstas nas normas está o
direito do consumidor saber que está pagando por uma atividade que implica um
risco.
“Essa norma técnica brasileira
é tão boa, que foi adotada pela ISO. Então, o que era uma norma técnica
brasileira virou uma técnica internacional, que é uma norma expedida pela
Suíça, pela ISO na Suíça, que é a ISO21101 o Sistema de Gestão de Segurança para
Turismo de Aventura”, explica.
No Brasil, 75 parques
nacionais são concedidos a empresas que operam o sistema de visitação e turismo
de aventura. São unidades de conservação que variam muito no tamanho e na
complexidade dos serviços oferecidos, mas que, de forma geral, são seguros,
explica o diretor executivo.
“O ICMBio adotou nos seus
regulamentos internos que dentro dos processos de concessões de serviços de
natureza de turismo dentro das unidades de conservação federais
é obrigado a ter um sistema de gestão de segurança. Então, os parques
e os concessionários trabalham para isso”.
Riscos
Dentro dos parques, o risco é
minimizado pelo processo de fiscalização e pela presença dessas normas técnicas
no processo de concessão, afirma Del Vigna. O mesmo não ocorre no mercado
externo de turismo de aventura.
O representante da Abert diz
que a informalidade, a falta de fiscalização e a forma de consumo
praticada pelo consumidor, que prioriza o custo à segurança, representam os
principais desafios para o setor, quando o quesito é minimizar riscos.
“Os parques nacionais
brasileiros são seguros, eles não oferecem riscos adicionais aos que são
característicos da região, como talvez a segurança, no Rio de Janeiro, por
exemplo. Não é um risco diferente de você estar em Copacabana, ou na Avenida
Paulista.”
Agência Brasil

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