quinta-feira, 3 de julho de 2025

Bolsonaro recebe ultimato para cumprir quarentena após passar mal em Brasília

O cancelamento das agendas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em julho se deveu a uma espécie de “ultimato” recebido da equipe que o atende, depois de se sentir mal, na terça-feira (1º), em Brasília. Ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), Bolsonaro ouviu que as recorrentes crises de soluço que vem enfrentando são fruto de uma esofagite provocada pelo uso prolongado de sonda, no pós-cirúrgico do procedimento realizado no abdômen, em abril. Para evitar novas crises do tipo, alertaram os médicos, o ex-mandatário deverá cumprir repouso e realizar exercícios regulares.

“A pneumonia está controlada e nós descartamos qualquer nova cirurgia para a questão do abdômen neste momento. É hora de descansar e se recuperar, apenas”, afirmou o cirurgião Cláudio Birolini, que participou da última cirurgia do ex-presidente e o atendeu na quarta-feira (2).

O novo mal-estar acendeu o alerta da cúpula do PL. Além da preocupação natural com a saúde de Bolsonaro, há o temor de que os seguidos episódios hospitalares passem a imagem de fragilidade do principal quadro do partido. Bolsonaro segue se colocando como candidato à Presidência em 2026, apesar de estar inelegível. As baixas na saúde dele, internamente, são vistas como campo para que nomes da esquerda e até mesmo outros nomes da direita postulam o Palácio do Planalto passem a questionar a sua capacidade de entrar na corrida eleitoral. Por isso, a recomendação no partido é a de não contar com Bolsonaro em nenhum evento até que exista uma liberação médica.

De acordo com boletim divulgado mais cedo, o ex-presidente realizou exames que apontaram uma “intensa esofagite com processo inflamatório, erosões mucosas e gastrite moderada”. Bolsonaro passou por uma endoscopia digestiva e será submetido a tratamento medicamentoso para tratar da inflamação.

Com a mudança no quadro de saúde, Bolsonaro cancelou as agendas previstas em Santa Catarina e Rondônia. A ausência nos compromissos foram comunicados a aliados ontem, depois do ex-presidente faltar ao evento do PL 60+ na Câmara dos Deputados, em Brasília. O ex-presidente havia retomado as agendas do PL cinco dias após retomar as atividades, uma semana após ficar afastado devido a uma pneumonia infecciosa. Desde então, Bolsonaro fazia tratamento com antibióticos. A recomendação médica era de repouso e redução de atividades públicas, mas o ex-mandatário esteve presente na manifestação na Avenida Paulista, como a realizada neste domingo, e viajou para Belo Horizonte na semana passada.

Tribuna do Norte

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