A exploração dos serviços de
internet tem representado um dos braços financeiros mais lucrativos das
organizações criminosas no Rio de Janeiro. Dados da Subsecretaria de
Inteligência da Secretaria de Segurança do estado apontam que 80% das empresas
de internet que atuam em comunidades estão sob o controle ou associadas ao
crime organizado.
Rio
Dados da Anatel mostram
que em todo o Estado do Rio de Janeiro constam 1.734 empresas prestadoras
de serviços de internet, sendo 822 com outorga e 912 com dispensa de outorga.
Somente na capital fluminense, há 638 prestadoras de serviço de internet, 305
com outorga e 333 com dispensa de outorga.
De acordo com a Segurança Pública do Rio de Janeiro, a dispensa de autorização
estava sendo usada pelo crime como forma de receita, por meio de empresas que
são, na verdade, fachadas do tráfico e da milícia. "Eles entenderam a
gravidade, ajustaram a resolução, e isso foi um avanço importante que
contribuirá muito para a asfixia financeira do crime organizado”, diz nota.
A Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública fez um
mapeamento a partir de denúncias recebidas pelo Disque-Denúncia e Ouvidoria da
SSP e cruzou com as informações de empresas cadastradas na Anatel. A partir
destes dados, a subsecretaria aplicou em um mapa todas as empresas instaladas
em áreas exploradas por organizações criminosas (tráfico e milícia) e concluiu
que a exploração e o monopólio do serviço de internet já estão consolidados na
maior parte das 813 favelas existentes na cidade do Rio de Janeiro.
Segundo a Anatel, mais de 40% das empresas autorizadas ou dispensadas de
outorga não enviaram informações de acessos em 2024, comprometendo a
competitividade e a sustentabilidade do setor. Ainda assim, as prestadoras de
pequeno porte foram responsáveis por 53,7% dos acessos à banda larga em 2023,
principalmente em áreas com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e
Produto Interno Bruto (PIB).
Agência Brasil

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