"Nós tivemos uma conversa
com o secretário de comércio, Howard Lutnick, uma conversa até longa, que
entendo importante, colocando todos os pontos e destacando o interesse do
Brasil na negociação", relatou.
"O presidente Lula tem
orientado negociação, não ter contaminação política, nem ideológica, mas
centrar na busca de solução para a questão comercial. E, ao invés de ter um
perde e perde com inflação nos Estados Unidos e diminuição das nossas exportações
para o mercado americano, nós invertermos isso, resolvermos problemas,
aumentarmos a complementaridade econômica, a integração produtiva,
investimentos recíprocos, discutimos não bitributação, enfim, avançamos numa
agenda extremamente positiva", acrescentou o vice-presidente.
Questionado por repórteres
sobre como o secretário norte-americano reagiu à conversa, Alckmin preferiu não
entrar em detalhes, mas classificou o diálogo como positivo. "A
conversa foi boa, tanto foi boa que foi quase 50 minutos e foi proveitosa.
Agora, vamos aguardar, são conversas institucionais, devem ser reservadas, mas
tivemos sim um contato e essa é a disposição do governo brasileiro",
reforçou.
O vice-presidente coordena o
Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais
criado pelo governo federal para fazer frente à tarifa imposta pelos EUA,
prevista para entrar em vigor daqui a uma semana, no dia 1º de agosto.
Desde a semana passada, Geraldo Alckmin tem se reunido com diferentes setores
que estão entre os mais afetados pelo tarifaço, da indústria ao agronegócio.
Mais cedo, nesta quinta, ele
se reuniu com representantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas
Gerais (Fiemg), da empresa Taurus Armas e da Associação Nacional da Indústria
de Armas e Munições (ANIAM). O setor é um grande exportador para o mercado
norte-americano. Alckmin também se reuniu com o Instituto para Desenvolvimento
do Varejo (IDV).
Em uma reunião na Organização
Mundial do Comércio (OMC), o governo brasileiro afirmou que sanções comerciais não podem ser usadas para afetar a
soberania dos países. No carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
no dia 9 de julho, Trump também justificou a medida citando o ex-presidente
Jair Bolsonaro, que é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe
de Estado; ele pede a anistia a Bolsonaro.
Em diferentes ocasiões, o
presidente Lula disse que o Brasil vai adotar medidas de reciprocidade contra as tarifas unilaterais
dos EUA, caso elas se confirmem e se mantenham. Até o momento, no entanto,
nenhuma decisão específica foi adotada. A expectativa é que qualquer anúncio só
ocorra a partir da entrada em vigor das tarifas.
Agência Brasil

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