Os dados mostram ainda que 53%
dos entrevistados globalmente foram alvo de esquemas fraudulentos por canais
como e-mail, internet, telefone e mensagens de texto entre agosto e dezembro de
2024. E ao menos 47% dos entrevistados disseram não reconhecer que foram alvos
desses golpes.
Segundo o levantamento, o
golpe mais relatado é o vishing, quando os criminosos realizam ligações
telefônicas simulando representar empresas legítimas, como operadoras de
celular, planos de saúde ou instituições financeiras, para induzir a vítima a
fornecer dados confidenciais, como senhas bancárias, números de cartão de
crédito, CPF, entre outras informações pessoais.
Pelo menos 29% dos
entrevistados (13.387 adultos em 18 países e regiões) relataram prejuízos
financeiros em decorrência de golpes no último ano, com uma perda média de US$
1.747, o que equivale a R$ 10.683, na cotação do dia da pesquisa.
A Geração Z, os nascidos entre
1997 e 2010, foi a que mais relatou perdas (38%), enquanto os Baby Boomers,os
nascidos entre 1946 e 1964, foram os que menos relataram (11%) perdas.
“A evolução das fraudes exige
que as empresas estejam sempre um passo à frente, inclusive ajudando a
conscientizar sobre golpes como o vishing. É importante destacar que, assim
como em outros golpes de engenharia social, o objetivo final dos fraudadores é
obter informações ou acessos privilegiados para cometer fraudes financeiras”,
explicou o gerente de Soluções de Prevenção à Fraude da TransUnion Brasil,
Wallace Massola.
O estudo também revelou que
houve o aumento de 11% nas transações financeiras suspeitas de tentativa de
fraude digital em 2024, na comparação com 2023. Entre os tipos de fraude
digital com crescimento mais acelerado a invasão de conta foi o mais relatado,
com aumento de 20% ante o ano anterior.
Segundo Massola, com os
modelos de prevenção a fraudes transacionais se tornando cada vez mais eficazes
após anos de aprimoramento, os fraudadores têm mudado seu foco para processos
de invasão de contas.
“Esse tipo de fraude
representa um desafio crescente para as empresas. Para enfrentar essa ameaça, é
essencial investir em tecnologias avançadas de monitoramento e autenticação,
além de considerar soluções robustas de avaliação de risco de dispositivos e
behaviour analytics”, disse.
O índice de fraude digital do
Brasil foi de 5,4% em 2024, acima da média global, ficando ao lado de países
como Canadá, Colômbia, República Dominicana, Hong Kong, Índia e Filipinas.
A taxa média de tentativas
suspeitas de fraude em transações realizadas por consumidores dentro do Brasil
foi de 6,1% em 2024, a sexta mais alta entre os quase 20 mercados analisados.
De acordo com o documento, 59%
dos consumidores entrevistados afirmaram que trocariam de empresa em busca de
uma experiência digital melhor, incluindo segurança de dados. Para 77% dos
entrevistados, ter confiança de que seus dados pessoais não serão comprometidos
é um fator muito importante na hora de escolher com quem fazer negócios ou
comprar online.
O relatório aponta ainda que
34% dos entrevistados no mercado global realizaram mais da metade de suas
transações pela internet (mesmo percentual de 2023). Outros 62% afirmaram que
preocupações com fraudes são o principal motivo para não voltarem a usar um
site. Quase metade (48%) relatou ter abandonado um carrinho de compras online
por suspeita de fraude ou preocupações com segurança.
No caso de aplicações para
obter produtos financeiros ou de seguros feitas online, a maioria (51%) das
pessoas disse ter desistido por razões que envolvem tanto segurança quanto
experiência na jornada de compra, com 46% desistindo após excesso de informações
solicitadas, 41% por não confiarem na segurança dos dados pessoais e 38% por
acharem o processo frustrante.
No Brasil, 40% das pessoas
disseram que não confiaram na segurança dos dados ou consideraram excessivo o
volume de informações exigidas e, por isso, deixaram de comprar ou contratar um
serviço online.
“Proteger os dados dos
consumidores é inegociável. Com o aumento dos riscos em todos os canais, o
investimento em prevenção à fraude é estratégico e se torna um dos grandes
diferenciais competitivos. Tanto para reduzir atritos desnecessários com o
consumidor quanto para evitar impactos reputacionais para as organizações”,
ressaltou o vice-presidente de Soluções da TransUnion Brasil, Claudio
Pasqualin.
Segundo a pesquisa, ambientes
de comunidades, como sites de relacionamento e fóruns virtuais, registraram a
maior taxa global de tentativas suspeitas de fraude digital em 2024, com quase
12%, o que significa um aumento de 9% no volume em relação a 2023. Em seguida,
aparecem os jogos eletrônicos (11%), jogos online como apostas e pôquer (8%) e
o varejo (8%), completando o ranking dos segmentos mais afetados. No Brasil, as
comunidades também foram o segmento com a maior taxa de suspeita de fraude
digital, com 15,2%.
Massola explicou que os
fraudadores aproveitam a confiança inerente às plataformas de interação social,
como aplicativos de relacionamento, para enganar os usuários, criando perfis
falsos e construindo um relacionamento aparentemente genuíno, manipulando
emocionalmente as vítimas.
“Uma vez conquistada a
confiança, os criminosos solicitam informações confidenciais ou dinheiro,
alegando emergências ou situações pessoais difíceis. Esse método de exploração
não apenas compromete dados privilegiados, mas também pode resultar em perdas financeiras
significativas para aqueles que acreditam estar seguros nas comunidades
online”, alerta Massola.
Agência Brasil

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