O País registrou a instalação
de 3,27 gigawatts (GW) no ano passado, atingindo 33,7 GW, ficando atrás da
China (478,8 GW), Estados Unidos (154,1 GW), Alemanha (63,7 GW) e Índia (48,2
GW). Globalmente, a indústria eólica alcançou um novo recorde com a instalação
de 117 GW onshore e offshore (no mar), somando 1.136 GW no mundo.
O relatório mostra que a indústria eólica brasileira viveu um período recorde
de novas instalações de parques eólicos onshore, entre 2021 e 2023, puxado
principalmente pelo mercado livre, por meio de contratos de compra e venda de
energia (PPAs) privados. Segundo a publicação, “já era esperado que novas
instalações desacelerassem em 2024, devido aos cortes de geração de energia
renováveis, cancelamento de leilões e outros entraves regulatórios”, observa o
GWEC.
O documento destaca ainda a aprovação do marco legal da energia eólica offshore
em janeiro deste ano, ressaltando que o Brasil tem um potencial estimado em 1.2
GW e expectativa de um leilão de áreas ainda este ano, “impulsionando novas
indústrias, como a produção de hidrogênio verde e a instalação de data
centers”, avalia.
Segundo o GWEC, medidas do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC) também
ajudaram a reduzir juros e facilitar o acesso a crédito para projetos de
energia limpa. Apesar de desafios econômicos, informa o relatório, a fabricante
chinesa Goldwind abriu sua primeira fábrica fora da China, no Brasil; a Vestas
investiu R$ 130 milhões em uma nova planta no Ceará para fabricar turbinas
V163-4.5MW; e empresas como HINE do Brasil expandiram sua infraestrutura para
atender à crescente demanda por componentes eólicos.
“O relatório trouxe vitórias importantes em 2024, como a regulamentação das
Eólicas Offshore, o marco regulatório de hidrogênio e do Mercado de Carbono.
Apesar da crise na indústria eólica que o Brasil enfrenta, conseguimos ainda
crescer no ranking e ocupar a 5ª posição global. Porém, como se trata de uma
indústria de infraestrutura, o próximo relatório deve refletir os impactos no
setor de forma mais acentuada e veremos também uma retomada, nos próximos anos,
se o País fizer o dever de casa”, explica a presidente executiva da ABEEólica e
vice-presidente do Conselho do GWEC, Elbia Gannoum.
Offshore
A previsão do GWEC para 2025-2030 é de que a energia eólica offshore aumente de
16 GW em 2025 para 34 GW em 2030, passando de 11,8% da nova capacidade para
17,5% da nova capacidade até o final da década.
A chave para isso, destaca o documento, é a energia eólica offshore, que teve
um ano recorde para os leilões em 2024. Um total de 56,3 GW de capacidade
eólica offshore foi concedido em todo o mundo no ano passado. A Europa liderou
o caminho, com 23,2 GW e 17,4 GW na China. Uma nova onda de mercados também
teve anos marcantes, com a Coreia do Sul viabilizando 3,3 GW, Taiwan (China)
2,7 GW e o Japão 1,4 GW.
De acordo com o CEO do GWEC, Ben Backwell, embora a energia eólica continue a
impulsionar investimentos e empregos, assim como melhorar a segurança
energética e a baixar os custos para o consumidor, o ambiente político está
mais volátil e as energias renováveis estão sob ataque em algumas partes do
mundo, o que leva à paralisação de projetos em construção, ameaçando a certeza
do investimento.
“A agressiva instigação de guerras tarifárias aumenta ainda mais a incerteza
nas decisões de investimento internacional e ameaça perturbar as cadeias de
abastecimento internacionais das quais a indústria eólica depende. Os custos
totais para a nossa indústria da vasta gama de tarifas declaradas e ameaçadas
que temos visto, tanto gerais como sobre commodities específicas como o aço,
ainda não foram totalmente calculados” , alertou Backwel.
Destaques
O crescimento do ano passado – 109 GW de novas instalações de energia eólica
onshore e 8 GW de energia eólica offshore – eleva a capacidade cumulativa
global de energia eólica para 1.136 GW, distribuídos por todos os continentes,
com 55 países instalando turbinas eólicas.
Em 2024, a China liderou o caminho para novas instalações à frente dos EUA,
seguidos pela Alemanha e Índia, respectivamente, com o Brasil completando o Top
5. Esses mesmos cinco mercados constituem agora os cinco primeiros em
instalações totais, no final de 2024, com o Brasil ultrapassando a Espanha.
Houve um crescimento recorde em outras regiões. A região Ásia-Pacífico
registrou uma taxa de crescimento anual de 7%, enquanto a África e o Oriente
Médio registraram uma taxa de crescimento anual de 107%, graças ao Egito, que
instalou 794 MW, e à Arábia Saudita, com 390 MW. A América do Norte, a América
Latina e a Europa registaram um declínio nas novas instalações em comparação
com 2023.
O relatório prevê uma taxa de crescimento anual composta de 8,8% para a
indústria eólica, o que significa mais 981 GW de capacidade de energia eólica
em todo o mundo até 2030. O serviço de Inteligência de Mercado do GWEC prevê
anos recordes consecutivos até 2030, com 138 GW de nova capacidade em 2025, 140
GW em 2026, 160 GW em 2027, 167GW em 2028 e um salto em 2029 e 2030 para 183 GW
e 194 GW, respectivamente.
Capacidade total instalada
onshore (GW) 2024
Top 10 no mundo:
1- China (478,8 GW)
2- Estados Unidos (154,1 GW)
3- Alemanha (63,7 GW)
4- Índia (48,2 GW)
5- Brasil (33,7 GW)
6- Espanha (31,3 GW)
7- França (23,1 GW)
8- Canadá (18,3 GW)
9- Suécia (17,2 GW)
10- Reino Unido (15,6 GW)
Fonte: Global Wind Report 2025
(GWEC)
Tribuna do Norte

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