O mês de janeiro termina com
registros de mais de 100 assassinatos no Rio Grande do Norte. De acordo com a
Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais (Coine), órgão
da Secretaria da Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), até a manhã
desta terça-feira (31), foram 108 vítimas. Os números, ainda em consolidação,
representam um aumento de pelo menos 12,5% em relação a todo o mês de janeiro
de 2022, que contabilizou 96 mortes. As estatísticas também apontam que o último
trimestre do ano passado registrou uma crescente na quantidade de mortes em
relação a igual período anterior.
Ao todo, foram 264
assassinatos nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2021 e 326 no mesmo
recorte de 2022. Em outubro último foram 103 mortes, contra 87 no
mesmo mês de 2021 (alta de 18,4%). Em novembro, o aumento foi de 20% (100
mortes em 2021 e 120 em 2022). Já dezembro indicou o maior aumento do ano
passado – de 33,7% (77 óbitos em dezembro de 2021 e 103 no mesmo mês de 2022).
Já os assassinatos de janeiro deste ano indicam que o Estado registrou cerca de
três mortes e meia por dia.
Apesar dos números crescentes, o secretário de Segurança Pública do RN, coronel
Francisco Araújo, disse que não acredita que a tendência de aumento se mantenha.
O secretário atribuiu o cenário dos últimos três meses, especialmente, a
dificuldades do Governo do Estado em arcar com a manutenção de viaturas e em
pagar as diárias operacionais dos policiais, que estão atrasadas desde o final
de novembro.
“Acredito que os aumentos recentes podem ter uma variante: tivemos
os meses de outubro, novembro e dezembro com dificuldades estruturais na
segurança pública, no sentido de colocar mais viaturas na rua, por causa de
problemas mecânicos e falta de manutenção. Tivemos dificuldades tanto no
conserto como no pagamento das locações dessas viaturas”, afirmou coronel
Araújo, da Sesed.
“É um fator que está sendo resolvido e isso aconteceu por causa das medidas do
Governo Federal relacionadas à geração de impostos, que fez com que o RN
perdesse arrecadação. Essa é, inclusive, a causa pela qual não pagamos as
diárias dos policiais, que tem quer ter uma compensação quando são
convocados extraordinariamente”, completou o secretário. Segundo o titular da
Sesed, os números de janeiro deste ano, ainda que superiores a igual período de
2022, não devem ultrapassar os de 2021.
Naquele ano, janeiro teve 118 assassinatos, segundo a Coine. A redução,
comparando-se o primeiro mês de 2023 com o mesmo mês de 2021 é de 8,4%, caso os
números em consolidação sejam confirmados. Apesar das altas registradas de
outubro para cá, no acumulado de 2022, o Rio Grande do Norte teve diminuição de
6,9% no quantitativo de assassinatos, se comparado com todo o ano de 2021.
Segundo a Coine, os 12 meses de 2022 somaram 1.216 mortes contra 1.307 em
2021, de acordo com os dados.
No comparativo mês a mês, antes de outubro, somente julho havia
registrado aumento de mortes em relação a igual período de 2021 – de 6,4% -
(foram 108 assassinatos em julho de 2021 e 115 em julho do ano passado).
Janeiro, fevereiro, março, abril, maio, junho, agosto e setembro apresentaram
melhora nos dados, com queda na quantidade de mortes na comparação entre os
mesmos períodos de cada ano.
As reduções foram as seguintes:
janeiro (118 mortes em 2021 e 96 em 2022, com diminuição de 18,6%); fevereiro
(104 mortes em 2021 e 102 em 2022, com diminuição de 1,9%); março (140 mortes
em 2021 e 87 em 2022, com diminuição de 37,9%); abril (143 mortes em 2021
e 110 em 2022, com diminuição de 23%); maio (106 mortes em 2021 e 91 em
2022, com diminuição de 14,1%); junho (102 mortes em 2021 e 81 em 2022,
com diminuição de 20,5%); agosto (113 mortes em 2021 e 100 em 2022, com
diminuição de 11,5%); e setembro (109 mortes em 2021 e 108 em 2022, com
diminuição de 0,9%).
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