O Teste Nacional do Censo
Demográfico 2022, realizado de 4 de novembro de 2021 a 12 de
fevereiro deste ano, resultou em 111.184 pessoas recenseadas em
localidades selecionadas nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.
Desse total, as mulheres somaram 57.514 (51,7%) e os homens, 53.670
(48,3%). A população idosa, de 60 anos ou mais, alcançou 18.575 pessoas
(16,7%). As informações foram divulgadas hoje (17) pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).![]()
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Foi a primeira vez que o IBGE
organizou um teste como esse para o Censo Demográfico, que será iniciado em 1º
de agosto deste ano e mostra resultados em caráter experimental. Todas as
localidades visitadas serão novamente recenseadas durante a coleta oficial de
dados em todo o país.
O responsável pelo projeto
técnico do Censo, Luciano Tavares Duarte, mestre em estudos populacionais e
pesquisas sociais, destacou a importância do teste para o levantamento, “maior
operação estatística que o IBGE realiza em uma década, com informações
detalhadas sobre a população em 8,5 milhões de quilômetros quadrados - mais de
70 milhões de domicílios”.
A realização do Censo
Demográfico vai envolver mais de 200 mil pessoas, muitas sem experiência em
coletas de dados anteriores, o que reforça a importância do teste. Duarte
esclareceu que o fase experimental foi feita em um “esforço de capacitação,
qualificação e aperfeiçoamento”, visando a identificar ajustes necessários nos
sistemas e equipamentos, que já estão sendo processados no sistema de
indicadores gerais de coleta, para melhoria das informações, e também nos
manuais explicativos.
Visitas
Os técnicos do IBGE visitaram
tanto bairros de capitais, como Belo Horizonte (MG), Macapá (AP) e Salvador
(BA), quanto localidades mais afastadas, entre elas a comunidade ribeirinha de
Novo Remanso, a 200 quilômetros (km) de Manaus, ou o município de Tigrinhos, a
nove horas de carro de Florianópolis.
No total, foram recenseados
nove municípios, quatro distritos, sete bairros e dez localidades nos 26
estados e no DF. As localidades de Angra dos Reis e Paraty, além de terras
indígenas, territórios quilombolas e favelas em Nova Iguaçu, no estado do
Rio, não tiveram os resultados divulgados, porque essas comunidades “não
foram exaustivamente recenseadas”, explicou o IBGE. Isso vai ocorrer na coleta
oficial do Censo.
Os recenseadores visitaram
59.535 endereços, sendo que 39.477 eram Domicílios Particulares Permanentes
Ocupados com ao menos um morador na data de referência do teste, em 31 de
outubro de 2021. Em 1.106 desses domicílios (2,8%), os recenseadores não
conseguiram fazer entrevistas.
Das 38.371 entrevistas
realizadas, 98,1% foram no formato presencial (37.644), 1,3% pela internet
(501) e 0,6% por telefone (226), representando essa última modalidade uma
inovação que será aplicada também no Censo Demográfico de 2022 e que “oferece à
população mais uma forma de prestar informação ao IBGE”, ressaltou Luciano
Duarte. A média de moradores encontrada foi de 2,8 por domicílio.
O município visitado com a
maior população recenseada foi Engenheiro Paulo de Frontin, no Rio de
Janeiro, com 12.304 pessoas, em 7.563 endereços visitados (4.819 domicílios
ocupados). Nessa cidade, a população diminuiu, na comparação com o Censo 2010,
informou o IBGE.
A menor população foi
encontrada em Jardim Olinda, no Paraná. Localizado a 552 km de Curitiba, Jardim
Olinda é o menor dos 399 municípios do estado. Lá, 1.391 pessoas foram
recenseadas e 854 endereços visitados (517 domicílios com moradores).
Idosos
O maior percentual de idosos
(26%) foi encontrado no bairro de Amaralina, em Salvador, que também apresentou
o maior índice de mulheres (56,3%). As representantes do sexo feminino
tiveram percentual ligeiramente superior ao dos homens na maioria das
localidades.
No sentido inverso, o destaque
foi o distrito de Sucuri, em Mato Grosso (MT), onde 54% dos moradores eram
homens. O IBGE salientou que essa foi a primeira vez que o município de Sucuri
foi recenseado com status de
distrito. Foi elevado a essa categoria em maio de 2011. Sucuri ainda pertence
ao município de Cuiabá. O teste apurou ali uma população de 1.501 residentes,
em 871 endereços visitados, sendo 513 domicílios com moradores. Das oito
localidades com mais homens que mulheres, quatro eram municípios: Tigrinhos (SC),
Jardim Olinda (PR), Lagoinha do Piauí (PI) e Lajeado (TO).
O teste do Censo em Rondônia
(RO) foi feito no bairro Liberdade, em Porto Velho, maior capital brasileira em
extensão territorial, com 34 mil km², e apurou aumento de pessoas com 60 anos
ou mais em relação ao último Censo. Em 2010, essa faixa etária representava
8,8% da população do bairro; no teste, constatou-se que ela subiu para 18,3%.
Foram apurados 2.851 residentes e visitados 1.949 endereços, sendo 1.114
domicílios com moradores.
No Piauí, o teste ocorreu em
Lagoinha do Piauí, a 100 km da capital Teresina e um dos menores municípios do
Brasil em extensão territorial, com apenas 67 km². Ao contrário da maioria dos
municípios do país, e a exemplo de Sucuri (MT), lá também existem mais homens do
que mulheres. Eles constituem 51,1% da população, contra 48,9% de mulheres. O
teste apurou população de 2.892 residentes, em 1.644 endereços visitados (1.010
domicílios com moradores).
Abordagens
O teste nacional mostrou
também que a comunidade ou localidade visitada mais distante de uma capital de
estado foi Tigrinhos, em Santa Catarina, situada a 630 quilômetros, nove horas
de carro de Florianópolis. Tigrinhos apresentou aumento populacional de 32,2%.
Foram visitados 1.081 endereços, sendo 860 domicílios com morador, e apurados
2.322 residentes, contra 1.757 em 2010, o que resulta em 565 pessoas a mais.
As abordagens pela internet
foram maiores na localidade Centro de Bacabal (MA) e no bairro Ilha do
Mosqueiro, em Belém (PA), com 5,2% e 5,1%, respectivamente. Por telefone
(7,5%), a maior abordagem ocorreu na localidade de Minas Brasil, em
Belo Horizonte.
Luciano Duarte fez um apelo
aos brasileiros para o novo Censo Demográfico: “Participem, contribuam nessa
grande operação para o bem do nosso país”.
Detalhamento
O diretor de Geociências do
IBGE, Claudio Stenner, destacou que o detalhamento geográfico permite às
autoridades elaborar políticas de saúde, educação e transportes, além de
abastecimento de água, por exemplo, em áreas mais afastadas. “Mostra como são
diferentes os municípios”. Segundo Stenner, “essa riqueza é só o Censo que dá.
E isso a gente vai ter para todo o território nacional”, acrescentou.
Ele informou que no mês de julho, os supervisores do Censo estarão nas ruas verificando as características de infraestrutura urbana “para cada face de quadra do país” Essa etapa não envolve abordagem às pessoas. Stenner referiu-se ainda às Reuniões de Planejamento e Acompanhamento do Censo (Repacs), que visam a buscar apoio e parceria em todos os lugares do Brasil para postos de coleta. Segundo o diretor, um acordo técnico foi firmado nesta semana com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para cessão de espaços que sirvam de postos de coleta de dados. As Repacs, segundo ele, estão em estágio adiantado.
Teste Nacional do Censo
- Arte/Agência Brasil
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