Those were the days of our lives, yeah
Aqueles foram os dias das nossas vidas, sim
The bad things in
life were so few
As coisas ruins na vida eram tão poucas
Those days are all gone now,
but one thing's still true
Aqueles dias já se foram, mas uma coisa ainda é certa
When I look and I
find
Quando eu olho eu vejo que
I still love you
Ainda te amo
Trecho da música These
Are The Days Of Our Lives, Queen, 1991.
No dia 24 de novembro de 1991,
há 30 anos, o mundo do rock ficava
sem um dos seus maiores talentos. Com apenas 45 anos, Freddie
Mercury, o vocalista, pianista e principal compositor da banda
inglesa Queen, perdia a batalha contra o vírus
da aids. Numa época em que a mais eficaz droga contra a doença ainda
era o AZT (azidotimidina) e os coquetéis antirretrovirais não haviam sido
descobertos, o preconceito contra os soropositivos era imenso.
Talvez, por isso, apesar dos
boatos insistentes dos tabloides britânicos, como o The
Sun, que já vinham noticiando durante todo aquele ano de 1991
que Freddie Mercury tinha aids, o astro pop só declarou
oficialmente que era portador do vírus um dia antes de morrer.
Últimos dias
Os sinais de que o vocalista
do Queen, declaradamente
homossexual, convivia com o vírus pareciam claros para os fãs: a banda não
fazia turnês desde 1986. Nas raras aparições públicas, ele estava bem mais
magro e, nos dois clipes que foram feitos para promover o álbum Innuendo, as imagens eram
em preto e branco e Freddie aparecia maquiado (These Are The Days Of Our Lives ) ou
fantasiado (como em I´m Going Slightly Mad).
Para o baterista Roger Taylor,
“colocá-lo caracterizado era uma boa camuflagem. A maquiagem, a peruca, o preto
e branco, ajudaram a esconder o fato de que Freddie já estava bem doente”.
Naquele que foi o último álbum de estúdio do Queen com Freddie Mercury, os fãs
também consideraram a música The Show Must Go On uma
despedida em vida. Afinal, alguns trechos do single diziam
“O show tem que continuar / vou enfrentar com um sorriso / eu nunca vou
desistir”.
O irlandês Jim Hutton,
namorado de Freddie Mercury até os últimos dias, contou que o exame fatídico
foi feito em abril de 1987: “Quando cheguei em casa, Freddie estava na cama.
Logo me mostrou uma marca no ombro. Os médicos tinham tirado um pedaço da pele
para fazer uns exames. O resultado tinha acabado de chegar. Freddie estava com
aids. ‘Se você quiser me deixar, eu vou entender’, ele me disse. Eu esperava
por um milagre, um diagnóstico errado”, escreveu no livro Mercury
and Me.
De Zanzibar para o mundo
Freddie Mercury, nascido em
Zanzibar, atual Tanzânia, em 5 de setembro de 1946, sob o nome de Farrokh
Bulsara, realmente, não desistiu. No último ano de vida, mudou-se, com os
outros três integrantes da banda, para a pacata cidade suíça de Montreux para
ficar próximo ao estúdio de gravações. “Freddie dizia, eu posso ir hoje por
algumas horas. E nós aproveitávamos para tirar o melhor dele. Ele dizia,
escrevam qualquer coisa, que eu canto”, rememorou o guitarrista Brian May em
entrevista ao documentário Champions of the world,
editado quatro anos após a morte de Freddie.

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