quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Focus prevê IPCA 2021 em 9,77%

Brasília (AE) - Após nova surpresa com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro (1,25%), a projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 subiu pela 32ª semana consecutiva, conforme o Relatório Focus. 

A mediana subiu de 9,33% para 9,77%, cada vez mais próxima dos dois dígitos e distante do teto da meta a ser perseguida pelo BC, de 5,25%. Há um mês, estava em 8,69%. A estimativa para o índice em 2022 também continuou subindo, de 4,63% para 4,79% - o 17º aumento seguido. A mediana está cada vez mais próxima da banda superior da meta (5,00%), sinalizando alto risco de novo rompimento da meta no ano que vem, Quatro semanas atrás, estava em 4,18%.

Considerando as 68 respostas nos últimos cinco dias úteis, a expectativa para o IPCA de 2021 já ultrapassa 10%, variando de 9,46% para 10,10%. Para 2022, foram feitas 67 atualizações nos últimos cinco dias, com a estimativa subindo 0,30 ponto porcentual, de 4,60% para 4,90%.

O Relatório também continuou a mostrar sinais de desancoragem em prazos mais longos. A expectativa para o IPCA em 2023 avançou de 3,27% para 3,32%. No caso de 2024, por sua vez, a previsão arrefeceu marginalmente de 3,10% para 3,09%. Há quatro semanas, essas projeções eram de 3,25% e 3,00%, respectivamente.

A meta para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Já para 2024 o objetivo é de 3,00%, com margem de 1,5 ponto (de 1,5% para 4,5%).

No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de outubro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 9,5% em 2021, 4,1% em 2022 e 3,1% em 2023. O colegiado elevou a Selic em 1,5 ponto porcentual, para 7,75% ao ano.

O BC deixou de publicar, no documento do Focus, as projeções sobre o Top 5. Estes dados podem ser consultados no Sistema de Expectativas de Mercado.

IGP-10

A alta de 5,09% no preço da gasolina impediu uma desaceleração mais intensa na inflação ao consumidor dentro do Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) de novembro, informou nesta terça-feira a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-10) passou de um aumento de 1,26% em outubro para um avanço de 0,79% em novembro.

Quatro das oito classes de despesa registraram taxas de variação mais baixas: Educação, Leitura e Recreação (de 3,50% em outubro para 0,05% em novembro), Habitação (de 1,67% para 0,36%), Alimentação (de 1,30% para 0,81%) e Comunicação (de 0,35% para 0 33%). As principais contribuições partiram dos itens: passagem aérea (de 28,66% para -0,42%), tarifa de eletricidade residencial (de 5,41% para 0,06%), frutas (de 5,37% para -1,82%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (de 0,70% para 0,07%).

Na direção oposta, as taxas foram mais elevadas nos grupos Transportes (de 1,23% para 2,17%), Vestuário (de 0,40% para 0 87%), Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,10% para 0,29%) e Despesas Diversas (de 0,25% para 0,27%), sob a influência de itens como: gasolina (de 2,49% para 5,09%), roupas (de 0,30% para 0,74%), artigos de higiene e cuidado pessoal (de -0,18% para 0,76%) e alimentos para animais domésticos (de 1,42% para 2,10%).

Preços no atacado

Os preços agropecuários caíram 1,56% no atacado em novembro, após um avanço de 0,22% em outubro, dentro do IGP-10, informou a FGV. Já os preços dos produtos industriais tiveram alta de 2,53% este mês, depois da redução de 1,19% no atacado em outubro.

Dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais tiveram alta de 1,29% em novembro, ante uma elevação de 1,10% em outubro.

Os preços dos bens intermediários subiram 3,71% em novembro, após alta de 1,91% no mês anterior.

Já os preços das matérias-primas brutas caíram 0,98% em novembro depois da queda de 4,62% em outubro.

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