O Brasil tem hoje 110 mil
propriedades que trabalham com tilápias e algumas delas estão investindo em
tecnologia de ponta para produzirem cada vez mais e melhor.
Em reportagem de
agosto deste ano, o Globo
Rural chegou a mostrar a força deste setor, que deve
crescer acima de 10% neste ano, após ter avançado 12,5% no ano passado.
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Uma das empresas que vem focando
em inovação fica no município de Santa Fé do
Sul, no estado de São Paulo. A companhia tem aplicado novas técnicas
dentro das estufas para garantir o bom desenvolvimento dos peixes nas primeiras
fases de criação, quando as tilápias ainda são alevinos.
Uma delas é um sistema de
bombas que recircula a água o tempo todo, o que reduz a reposição a apenas 5%
ao mês.
Além disso, a matéria orgânica
passa por um constante processo de transformação, que, tecnicamente, recebe o
nome de "biofloco".
O sistema funciona assim: tudo
o que sobra dentro da água é consumido pelas bactérias e, com isso, formam-se
flocos que, por sua vez, são comidos pelas tilápias, formando-se, assim, um
ecosssistema fechado.
Esse processo faz com que a
tilápia tenha uma melhor composição muscular e, no futuro, um filé melhor
e mais saboroso, explica Renato Morandi, veterinário e gerente de produção.
Vacinação
Em uma outra propriedade, no
município de Rubineia,
em São Paulo, uma tecnologia promete revolucionar a vacinação contra a
streptococus, uma doença do olho esbugalhado que pode matar as tilápias.
O processo utilizado hoje na
grande maioria dos criatórios é todo manual, peixe por peixe.
Mas, com o equipamento da
propriedade, basta colocar os animais em uma canaleta que a máquina faz todo o
serviço. Um sensor chega até mesmo a identificar o momento certo da
vacinação.
Com esse sistema, é possível
vacinar de 5 mil a 7 mil peixes por hora, triplicando, assim, a produtividade
com a mesma mão de obra, explica o piscicultor Emerson Esteves.
Melhoramento genético
O melhoramento genético é
outro foco da propriedade de Rubineia, que trabalhou para que o peixe
ficasse mais redondo, com um lombo maior e com uma cabeça menor, caraterísticas
atrativas para a indústria.
Foi a partir dessa inovação
que os ciclos de criação diminuíram, enquanto o rendimento aumentou.
O ciclo durava cerca de
200 dias, ao passo que o rendimento da carcaça ficava por volta de 28%. Hoje,
o ciclo tem duração de até 150 dias, com um rendimento de até 37%.
Tanque redondo
Já nas águas do Rio Grande, na
divisa dos estados de São Paulo e Minas Gerais, está
nascendo uma das mais modernas estruturas para criação de tilápias: o
tanque redondo, que é um modelo circular totalmente brasileiro e bem diferente
da estrutura quadrada bastante conhecida.
Segundo o engenheiro civil
David Pulino, o formato redondo é o que melhor se adapta à condição do rio.
A estrutura permite
alcançar uma velocidade suficiente para renovar o oxigênio dissolvido na água, mas
não para fazer com que o peixe fique nadando contra a correnteza, o que
demandaria mais energia do animal.
Esse projeto começou em 2015,
com um grupo de empresários que resolveu tirar a tecnologia do papel, a partir
do apoio de pesquisadores do Instituto de Pesca de São Paulo e da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG).
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