O Governo do RN lançou, nesta
segunda-feira (25), o Plano de Mitigação dos Efeitos da Estiagem no Rio Grande
do Norte e anunciou investimentos de R$ 22,5 milhões nos próximos três meses.
O plano foi elaborado pelo
Comitê Estadual de Convivência com o Semiárido. Atualmente, o RN
tem a pior situação de estiagem em todo o Nordeste, de acordo com relatório
do Monitor da Seca.
O Plano prevê ações
emergenciais e estruturantes.
As emergenciais são o reforço
no Programa RN + Água com instalação de 400 poços tubulares já perfurados em
todo o RN, e outros 400 novos poços (120 pela Sedraf), priorizando as regiões
mais afetadas pela estiagem. Os investimentos previstos são de R$ 9,4 milhões.
Outro ponto é a liberação de
crédito específico à aquisição de ração para os rebanhos bovino, caprino e
ovino, através da Agência de Fomento do RN (AGN), em um total de R$ 9 milhões;
além do pagamento do seguro agrícola Garantia Safra 2020/2021, no valor de R$ 3
milhões.
As ações estruturantes são a
ampliação da área irrigada para produção de palma e feno pela Emparn, com
distribuição de 9 mil fardos de feno e de 600 mil raquetes de palma -
investimento de R$ 500 mil.
Também está na lista a implantação,
em parceria com prefeituras, do projeto pecuária sustentável, de 30 campos de
multiplicação de palma e implantação de 24 sistemas de reuso de águas para
irrigação de palma e forrageiras, com investimento de R$ 600 mil. Ano de pouca
chuva
O gerente do serviço de
meteorologia da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte
(Emparn), Gilmar Bristot, que é membro do comitê, afirmou que as condições de
chuva em 2021 apresentaram "forte desvio negativo".
"Em janeiro, foi 76%
abaixo média em todo o estado. Nos demais meses, a redução das chuvas continuou
elevada e nos leva a considerar este um dos anos mais secos da história, um
desastre que atinge mais da metade do Estado", afirmou.
Porém, de acordo com ele, a
tendência de chuvas para os próximos 9 meses - novembro a maio - indicam
estação chuvosa normal em 2022.
Convivência
A governadora Fátima Bezerra
(PT) afirmou que o comitê foi criado em julho para definir as iniciativas
apresentadas.
"As consequências são
graves. Estamos lançando ações não para combater a seca, que sempre vai existir
no semiárido. Estamos lançando medidas para a convivência e para garantir a
vida das pessoas e dos rebanhos. E são medidas decididas a várias mãos, ouvindo
os representantes legítimos do trabalhador do campo e dos grandes e médios
produtores", disse a governadora.
A governadora também cobrou
ações do governo federal e criticou o preço da saca de milho a R$ 100,00, que,
segundo ela, no passado era regulado por compras feitas pela União.
Situação grave
Santa Cruz, Santo Antônio,
Nova Cruz e Angicos são respectivamente as cidades mais afetadas pela seca no
estado, atualmente, o que demanda mais atenção das autoridades. Porém mais de
50% das cidades potiguares estão em situação grave.
"Hoje temos 90 municípios
em situação grave. O Plano é objetivo e suas ações devem ser realizadas até
janeiro próximo", pontuou Alexandre Lima, titular da Secretaria de Estado
do Desenvolvimento da Reforma Agrária e da Agricultura Familiar (Sedraf).
Presidente da Federação dos
Trabalhadores na Agricultura (Fetarn), Manoel Cândido disse que o investimento
do Governo do Estado contribui para atender as necessidades do pequeno
produtor, porém ele cobrou mais ações.
"São medidas importantes,
mas é preciso mais, é preciso sair das ações emergências para ações
permanentes", disse.
Ele também defendeu a desburocratização no acesso aos créditos que serão oferecidos aos produtores rurais.
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