Os líderes das 20 principais economias do planeta, o G20, debatem neste domingo (31), em Roma, medidas para conter as mudanças climáticas. Segundo fontes ligadas à AFP, AP e Reuters, o grupo acordou em limitar o aquecimento global a 1,5ºC e encerrar financiamentos públicos a novas usinas a carvão.
A meta de limitar o aumento da
temperatura neste século a níveis
"muito abaixo de 2°C" foi acordada em 2015, no Acordo de Paris.
Agora, os líderes do G20 retomam a meta, mas não afirmaram quando ela deverá
ser alcançada. Segundo a AFP e AP, o acordo diz apenas "por volta da
metade do século".
Por outro lado, apesar de
algumas potências do G20 ainda serem dependentes do carvão para geração de
energia - como China e Índia -, o grupo defendeu a suspensão dos subsídios a
novos projetos de usinas a carvão no exterior já para este ano.
"Vamos encerrar a
concessão de financiamento público internacional para novas usinas a carvão até
o final de 2021", indica o texto negociado durante a cúpula do G20 obtido
pela AFP.
Porém, o documento não definiu
nenhuma meta para eliminar o uso do carvão para geração de energia no mercado
interno.
"O G20 deve assumir um
compromisso especial para interromper a construção de novas usinas a carvão a
partir deste ano e acabar com o subsídio aos combustíveis fósseis a partir de
2025", afirmou Friederike Röder, vice-presidente da ONG Global Citizen.
"Não passam de medidas
obscuras em vez de ações concretas", disse Röder.
Os países do G20, que inclui
Brasil, China, Índia, Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos, são responsáveis
por 80% das emissões em todo o planeta de gases de efeito estufa.
No Brasil, diferente das
grandes potências, o grande vilão do clima não é a queima do carvão, mas o
desmatamento e a pecuária.
Carbono
Os esforços para se alcançar a
neutralidade de carbono foi outro tema acordado neste domingo.
Em 2019, A União Europeia se
comprometeu a zerar o saldo de emissões de CO2 em 2050. Agora, contudo, o
documento final do G20 diz que os planos nacionais sobre como reduzir as
emissões de carbono serão fortalecidos "se necessário", e não faz
nenhuma referência específica a 2050 como uma data para atingir as emissões
líquidas zero de carbono. A informação é da Reuters.
COP 26
A cúpula do G20 de dois dias
serve para lançar as bases para a conferência climática da Organização das
Nações Unidas, a COP 26, iniciada neste domingo em Glasgow, na Escócia.
"Se o G20 era um ensaio
geral para a COP26, os líderes mundiais se equivocaram", declarou à AFP a
diretora-geral do Greenpeace, Jennifer Morgan, para quem os líderes "não
estiveram à altura do desafio".
Cerca de 190 nações do mundo
participam da COP 26, que vai até 12 de novembro.
Após a última conferência do G20, marcada para às 16h deste domingo, a maioria dos líderes do G20 deverão seguir para Glasgow.

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