O Laboratório de Inovação
Tecnológica em Saúde da UFRN vai recomendar à Secretaria de Estado da Saúde
Pública que flexibilize o uso de máscaras em locais abertos quando 70% da
população adulta do Rio Grande do Norte estiver vacinada com as duas doses, o
que deve acontecer na primeira semana de novembro. O estado vive um período de
aumento de casos de Covid e também no número de pessoas internadas com a
doença. Por este motivo, a Sesap diz que ainda é cedo para pensar em
flexibilização.
Essa proposta de
flexibilização será levada à Sesap e ao Comitê Científico do estado.
"Quando o estado do Rio Grande do Norte alcançar 70%, o uso de máscaras
nesses ambientes abertos pode ser facultativo. Ser facultativo significa que as
pessoas que não querem mais usar máscara poderão em ambientes abertos. A Sesap
e os municípios têm feito durante toda a pandemia uma condução
responsável. Essa é uma orientação, que traz dados e evidências científicas,
e que precisam ser analisadas para que o gestor, a autoridade sanitária, tome
as decisões", falou o professor Ricardo Valentim, diretor do LAIS/UFRN.
Ele reforça que o risco de
contaminação em locais abertos é bem menor e acredita que a desobrigação do uso
da máscara poderia estimular mais pessoas a completarem o esquema vacinal. O RN
tem hoje 206 mil pessoas que ainda não tomaram a segunda dose. "Nós
precisamos chamar atenção principalmente para a população que não está se
imunizando ou que tomou só uma dose. Já ultrapassa a marca de 200 mil pessoas
(sem a D2). É exatamente esse público que está se internando nesse momento,
justamente onde a gente está vendo esse 'repico' em virtude da
flexibilização", lembrou o diretor do LAIS.
Em nota, a Sesap informou
que "ainda é cedo para pensar em flexibilização
do uso da máscara, pois a proteção adequada é uma das medidas mais eficazes no
combate à pandemia". Na sexta-feira (29), o governo lançou um
alerta sobre aumento da taxa de ocupação de leitos e de casos Covid no estado e
anunciou a retomada
do programa Pacto Pela Vida. O epidemiologista Ion de Andrade conta que o
Rio Grande do Norte vive uma situação semelhante a 2020, com o aumento de casos
a partir de outubro, com a diferença que este ano grande parte da população
está vacinada e que o estado tem mais capacidade de hospitalização, o que
permite o avanço nas etapas de flexibilização. "Provavelmente não vai
haver o aumento de número de óbitos e internamentos", aponta.
Quanto às máscaras, o especialista defende que se aguarde mais um pouco. "A flexibilização me parece que só deva vir a ocorrer após observar duas coisas: índices de vacinação que sejam equivalentes a 70% da população e o contexto real da progressão da pandemia em termos de casos, óbitos e internamentos".
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