Relatório do Painel
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, sigla em inglês)
publicado nesta segunda-feira (9) conclui que os seres
humanos são responsáveis por um aumento de 1,07°C na temperatura do planeta.
É a primeira vez que o IPCC -
um órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) - quantifica a
responsabilidade das ações humanas no aumento da temperatura na Terra. As
conclusões estão no documento "Climate Change 2021: The Physical Science
Basis".
VEJA TAMBÉM:
Os pesquisadores também
fizeram previsões regionais, de qual será o impacto das mudanças no
clima. Entre as projeções para a América do Sul
estão:
Crescimento
na duração das secas no Nordeste brasileiro;
Aumento
no número de dias secos e na frequência das secas no norte da Amazônia
brasileira;
Número de dias com
temperaturas máximas superiores a 35°C na Amazônia aumentarão em no mínimo 60
dias por ano até o final do século (podendo passar de 150 dias em um cenário
mais extremo);
Mudança
no regime das monções no sul da Amazônia brasileira e em parte do Centro-Oeste,
com atraso nas chuvas torrenciais;
Crescimento
de secas agrícolas e ecológicas no sul da Amazônia brasileira e em parte do
Centro-Oeste se a temperatura global aumentar em 2°C ou mais;
Crescimento da seca, da aridez
e/ou das queimadas no sul da Amazônia brasileira e em parte do
Centro-Oeste. Mudanças afetarão uma ampla gama de
setores, incluindo a agricultura;
Veja as principais projeções
do IPCC para a América Central e do Sul e, mais abaixo, os detalhes para cada
uma das sub-regiões:
Conclusões
para toda a região
Temperaturas:
Alta confiança de que as temperaturas médias provavelmente aumentaram em todas as
sub-regiões e continuarão a aumentar a taxas maiores do que a média global.
Chuvas:
Alta confiança de mudanças na
precipitação média: aumento das chuvas no Noroeste da América do Sul (Colômbia, Peru e Equador)
e no Sudeste da região (Uruguai, Paraguai e parte de Argentina e Brasil);
Média confiança de mudanças na
precipitação média: redução nas chuvas no Nordeste da América do Sul (Nordeste
do Brasil) e Sudoeste da região (Chile e sul do Peru).
Oceanos:
O nível relativo do mar no
Atlântico Sul e no Atlântico Norte cresceu nas últimas três décadas a uma taxa
mais alta do que a média global. No Pacífico Leste, o crescimento ficou abaixo
da média global;
É extremamente provável que o
aumento relativo do nível do mar continue nos oceanos ao redor da América
Central e do Sul, contribuindo para o aumento das inundações costeiras em áreas
baixas e recuo da costa em partes arenosas;
Alta confiança de que as ondas
de calor marítimas devem aumentar em toda a região ao longo do século 21.
Nordeste da América do Sul
(NES) - Nordeste brasileiro:
Alta confiança de que haverá
um aumento dominante na duração da seca;
Confiança média de que
aumentarão a intensidade e frequência das precipitações extremas, além de
inundações causadas pela chuvas, se a temperatura global aumentar em 2°C ou
mais.
Norte da América do Sul (NSA)
- Norte da Amazônia brasileira, Leste da Colômbia e Venezuela, Guiana, Suriname e Guiana
Francesa:
Alta confiança em um aumento
dominante no número de dias secos e na frequência das secas;
Confiança média de que
aumentarão a intensidade e a frequência das precipitações extremas, além das
inundações causadas chuvas, se a temperatura global aumentar em 2°C ou mais.
Monções da América do Sul
(SAM) - Sul da Amazônia brasileira e parte do Centro-Oeste e Bolívia:
Alta confiança que de as
monções (chuvas torrenciais) serão atrasadas durante o século 21. Há pouca
confiança de que haja mudanças nas precipitações (quantidade de chuva);
Alta confiança de que
aumentaram secas agrícolas e ecológicas em meados do século 21 se a temperatura
global aumentar em 2°C ou mais;
Alta confiança de que
aumentarão um ou mais dos seguintes aspectos: seca, aridez e queimadas. Mudanças
afetarão uma ampla gama de setores, incluindo a agricultura;
Alta confiança de que o número
de dias com temperaturas máximas superiores a 35 °C na Amazônia aumentarão em
no mínimo 60 dias por ano até o final do século 21 (podendo passar de 150
dias em um cenário mais extremo);
Confiança média de que
aumentarão a intensidade e a frequência das precipitações extremas, além das
inundações causadas chuvas, se a temperatura global aumentar em 2°C ou mais.
Sudeste da América do Sul
(SES) - Sul, Sudeste e parte do Centro-Oeste brasileiro, Paraguai, Uruguai e
grande parte da Argentina:
Crescimento da precipitação
média e extrema são observados desde 1960. Impulsionam essa mudança o aumento
na emissão dos gases de efeito estufa e aerossóis e a redução da camada de
ozônio;
Confiança média de que aumentarão a intensidade e a frequência das precipitações extremas, além das inundações causadas chuvas, se a temperatura global crescer 2°C ou mais.
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