O secretário especial de
Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac
Cord, afirmou nesta terça-feira (22) que a privatização da Eletrobras, aprovada pelo
Congresso Nacional nesta segunda (21), pode gerar R$ 100
bilhões aos cofres públicos depois que estiver totalmente concluída.
Atualmente, o governo tem
cerca de 60% das ações da Eletrobras. Com a capitalização da empresa, esse
percentual cairá para 45%. Segundo Mac Cord, o processo será a "maior
privatização já vista no país". Os R$ 100 bilhões citados pelo governo
referem-se a:
R$ 20 bilhões esperados
com a outorga (oferta inicial), e
R$ 80 bilhões de potenciais
ofertas secundárias da venda de ações remanescentes.
"Há a intenção [de vender
a participação remanescente]. Agora, como e quando, só a modelagem que vai
fazer. A gente não consegue fazer tudo agora, o mercado não tem capacidade de
absorção, e a gente quer capturar no momento seguinte o ganho com a melhor
gestão", afirmou.
Questionado por jornalistas,
Mac Cord não informou onde os recursos poderiam ser aplicados. "Ainda
está sendo desenhado o programa que vai receber esse volume'", declarou.
Próximos passos
O governo federal informou que
essa primeira etapa do processo de privatização, até a oferta primária, deve
estar concluído até fevereiro de 2022.
partir da conversão da
medida provisória da privatização da Eletrobras em lei, as próximas etapas no
processo são os seguintes:
definições de premissas
fundamentais à modelagem pelo CNPE (Conselho Nacional de Política Energética);
finalização dos estudos pelo
BNDES;
homologação da operação pelo
TCU (Tribunal de Contas da União);
oferta primária de ações ao
mercado.
Impacto na conta de luz
O governo reafirmou a
estimativa divulgada anteriormente pelo Ministério de Minas e Energia de que a
medida provisória que viabiliza da privatização da Eletrobras pode levar a
uma redução
de até 7,36% na conta de luz dos consumidores residenciais. No estudo do governo, a redução média nos preços seria de 6,3%.
Entidades do setor elétrico, contudo, contestam a versão do governo e criticam o texto aprovado pela Câmara, afirmando que a conta pode ficar mais cara. A União pela Energia, que reúne essas associações, afirma que as obrigações inseridas pelos deputados representam custo extra de até R$ 41 bilhões aos consumidores residenciais e industriais.
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