O diretor-geral da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, afirmou nesta terça-feira (15) que a crise hídrica
enfrentada pelo país neste ano já permite estimar uma alta de pelo menos
5% nas contas de luz em 2022.
A agência também prepara
mudanças que devem encarecer a conta de luz nas próximas semanas, incluindo
um aumento de mais de 20% na bandeira tarifária mais alta – que está
em vigor atualmente e já adiciona R$ 6,24 na conta para cada 100 kWh consumidos
ao mês (veja detalhes abaixo).
O aumento dos preços da
energia tem relação com o maior acionamento das usinas termelétricas (mais
caras) para suprir uma queda de geração das usinas hidrelétricas. O Brasil
enfrenta a pior estiagem dos últimos 91 anos, segundo o governo.
"O número que o Ministério de
Minas e Energia tem usado publicamente é que vamos ter um custo
adicional de R$ 9 bi [de janeiro a novembro de 2021], até abril já se gastou R$
4 bi adicionalmente. Isso vai ter impacto adicional na tarifa de 5% [em
2022]", explicou Pepitone.
Esse impacto deve chegar às
tarifas residenciais e comerciais no próximo ano. Os chamados
"consumidores livres" – empresas que compram energia diretamente das
distribuidoras – devem pagar o adicional ainda em 2021.
As informações foram dadas
durante audiência pública na Câmara dos
Deputados para debater a crise hídrica, nesta terça-feira (15).
Bandeiras tarifárias mais
caras
Uma outra elevação nas
faturas domésticas deve entrar em vigor já nas próximas semanas. O
diretor-geral da Aneel informou que o reajuste das bandeiras tarifárias
vigentes deve ultrapassar os 20%. A decisão será divulgada ainda neste
mês.
As bandeiras tarifárias
representam uma sobretaxa adicionada às faturas quando o custo da geração de
energia sobe. Com a necessidade de poupar água nos reservatórios das
hidrelétricas, o governo já anunciou diversas medidas que encarecem a geração
de eletricidade (veja abaixo).
O reajuste das bandeiras já
estava previsto, mas terá de ser ainda maior diante do cenário crítico. Na
audiência, Pepitone deixou claro que o reajuste de 20% atinge apenas as
bandeiras, e não o valor total das faturas.
“Não é a tarifa que vai subir
20%. Nós estamos conseguimos fazer com que os aumentos que estão ocorrendo
neste ano fiquem na casa de 7%, 7,5%", explicou.
“O que acontece é que todo ano, após período úmido, em abril, a Aneel discute com o valor que será o patamar da bandeira. Neste ano, nós estamos diante da maior crise hídrica que o país vivencia. Nós não temos praticamente água para atender a geração de energia [via hidrelétricas] até novembro. Até lá, teremos que atender com as térmicas e isso tem um custo”, explicou Pepitone.
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