O Rio Grande do Norte foi o estado com o segundo maior crescimento de vendas do comércio varejista em outubro de 2025, em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Em relação a 2024, as vendas cresceram 8,3% no RN, que ficou atrás apenas do Amapá (10,1%). No Brasil, nesse mesmo comparativo, a variação foi de 1,1%. Os dados são da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na comparação com setembro
deste ano, o Rio Grande do Norte voltou a crescer em outubro, com uma variação
de 0,8%. Esse índice de volume de vendas se refere ao comércio varejista
ampliado, que inclui comércio de veículos, motos, partes e peças, material de
construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo. A variação
positiva em outubro ocorre após uma queda em setembro (-0,3%). Em receita, a
variação foi de 0,6% em outubro deste ano. A série considera ajuste sazonal.
No segmento que inclui apenas
o comércio de bens não duráveis ou semiduráveis, como hiper e supermercados,
produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas no RN variou 0,2% em
outubro na comparação com setembro, com uma alta de 0,7% em receita.
No acumulado do ano, o volume
de vendas do comércio varejista do RN cresceu 4,1% em outubro em relação ao
mesmo período do ano anterior, e a receita nominal cresceu 9,5% no mesmo
período. Já a variação acumulada em 12 meses foi de 3,9% para vendas e 9,3%
para receita.
O comércio varejista ampliado
também registrou altas. A variação acumulada no ano foi de 2,4% para volume de
vendas e 8,2% para receita nominal em setembro, em relação ao mesmo período do
ano anterior. Em 12 meses, o volume de vendas do segmento cresceu 2,6%,
acompanhado por um crescimento de 8,4% em receita nominal.
Segundo William Figueiredo,
economista da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Rio Grande
do Norte (Fecomércio-RN), o crescimento das vendas se deve especialmente a três
fatores: menos inadimplência, maior oferta de crédito e mais empregos formais.
“O Rio Grande do Norte teve
uma queda substancial da inadimplência este ano. Mais pessoas colocaram suas
contas em dia e isso abre um mercado maior para a tomada de crédito”, diz
Figueiredo. O estado teve “também um ano substancial na geração de empregos”.
Conforme dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o
estado gerou 19.290 empregos formais até outubro.
Sobre a variação no
crescimento do varejo (8,3%) entre outubro de 2024 e outubro de 2025,
Figueiredo explica: “O varejo no Rio Grande do Norte foi muito bem em outubro
[de 2025], porém, os setores de comércio de veículos e de material de
construção não estão performando tão bem e estão puxando essa média para
baixo”, explica.
Figueiredo, que acompanha a
PMC há anos, aponta que a variação mensal oscila muito. Por isso, para ele,
apesar de a pesquisa considerar o ajuste sazonal, é interessante analisar o
comportamento de um mês em relação ao mesmo período do ano anterior.
O economista aponta que a
conjuntura econômica fez com que o estado tivesse aumento em diversos índices
de vendas no comércio varejista e a tendência é que as vendas sigam aumentando
nos próximos meses.
“A previsão para o crescimento
da economia do Rio Grande do Norte este ano é em torno de 1,9%. Isso se reflete
nos dados de comércio”, diz. Além disso, ele cita a pesquisa do Instituto
Fecomércio, que projeta um aumento de 8,1% nas compras de fim de ano dos
potiguares em 2025, em relação a 2024.
País
No Brasil, em outubro de 2025, o volume de vendas do comércio varejista cresceu
0,5% frente a setembro. O IBGE afirma que esta foi a primeira alta
estatisticamente significativa desse indicador desde março. Frente a outubro do
ano passado, as vendas do varejo cresceram 1,1%, acumulando 1,5% no ano e 1,7%
nos últimos 12 meses.
Fernando Azevêdo/Repórter
Tribuna do Norte

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