Foto: Alex Régis
O Ministério da Pesca e
Aquicultura (MPA) cancelou cerca de 9 mil licenças de pescadores no Rio Grande
do Norte em 2025 por desconformidades como falta de recadastramento de dados,
indicação de profissionais falecidos, condição de aposentadoria por incapacidade
permanente e suspeita de fraude. O maior número de cancelamentos, de acordo com
dados disponibilizados pelo MPA, ocorreu em junho e deveu-se à falta de
recadastramento em 2025, que deveria ter ocorrido até o dia 31 de março. Mais
de 8,5 mil pescadores tiveram a licença cancelada por conta dessa condição. O
Ministério afirma que a situação não acarreta prejuízos ao setor.
Além da falta de recadastramento, na semana passada, as licenças de 201 pescadores potiguares foram canceladas por meio da Portaria nº 571/2025, que determina que seja vedada a inscrição no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) do interessado que estiver na condição de aposentado por incapacidade permanente ou que receba benefício de amparo assistencial ao idoso e ao deficiente. O cancelamento também foi estabelecido para benefícios previdenciários que, na forma de legislação específica, não permitam o pleno exercício de atividades comerciais ou econômicas.
Ainda na semana passada, por
meio de outra portaria (de nº 566/2024), foram canceladas 40 licenças no RN de
pescadores falecidos. Além disso, duas licenças foram canceladas via portaria
nº 548 por suspeita de fraudes no acesso ao RGP.
David Soares, superintendente
federal de Pesca e Aquicultura do MPA no RN, explica que anualmente o Governo
realiza uma espécie de pente fino para combater situações de ilegalidade. Ele
garante que não existem prejuízos ao setor pesqueiro do estado por conta da
medida. “Essa varredura é praxe e significa que o Governo está atento para
coibir práticas inadequadas quanto ao acesso a direitos no setor pesqueiro”,
afirma.
Segundo Soares, o RN possui
cerca de 26,5 mil pescadores registrados, o que demonstra o quanto a atividade
é pungente e resistente a impactos frente aos cancelamentos. Geraldo Costa,
presidente da Colônia dos Pescadores de Apodi e vice-presidente da Federação
dos Pescadores Artesanais do RN (Fepern), avalia que é necessário ser cauteloso
ao falar em possíveis prejuízos, uma vez que parte das licenças canceladas é de
trabalhadores que não estão ou não deveriam estar em atuação.
“Se o pescador está aposentado
por invalidez, por exemplo, isso significa que ele não tem mais condições de
estar na atividade. Então, é difícil calcular qualquer prejuízo”, diz. De
acordo com o MPA, exceto nos casos onde o pescador é identificado como falecido,
é possível recorrer do cancelamento, desde que isso seja feito no período
estipulado para a contestação. A Superintendência do MPA no RN não soube
informar com precisão quantos pescadores recorreram, mas afirmou que foram
centenas.
Tribuna do Norte

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