sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Queda no faturamento atinge 36% das pequenas empresas no Rio Grande do Norte

No Rio Grande do Norte, 36% das pequenas empresas tiveram queda no faturamento no mês de agosto de 2025 em comparação com o mesmo mês do ano passado. O dado consta na 11ª edição do levantamento Pulso dos Pequenos Negócios, realizado pelo Sebrae Nacional, que também aponta que 33% destas pequenas empresas registraram aumento no faturamento, 27% ficaram estáveis e 3% não souberam ou preferiram não responder.

O levantamento feito a nível nacional também apontou que 21% dos pequenos negócios estão com dívidas ou empréstimos em atraso no país. Entre os pequenos negócios do RN, 33% informaram que mantêm dívidas e empréstimos em dia, 24% declararam possuir dívidas em atraso e 43% afirmaram não ter nenhum tipo de dívida. “A taxa de inadimplência do comércio está ligada também à taxa de sobrevivência, que é menor no comércio. Ou seja, são os negócios que mais fecham”, disse Alinne Dantas, gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae-RN.

Quando analisado o quanto o pagamento dessas dívidas representa nos custos mensais da empresa, 50% disseram que o impacto é de menos de 30% dos custos; 34% disseram que o impacto é entre 30% e 50%, e 14% afirmaram que o pagamento das dívidas representa mais da metade (50%) dos custos mensais; outros 2% não souberam ou não quiseram responder.

Para Alinne Dantas, a falta de planejamento pode contribuir para queda no faturamento e endividamento de pequenos negócios. “Muitas vezes as empresas não têm um planejamento financeiro, elas não conseguem ter um planejamento financeiro adequado e não têm capital de giro suficiente”, aponta.

No levantamento, o Sebrae ouviu 180 pequenos negócios potiguares. O intervalo de confiança da pesquisa é de 95%. Conforme apurado, a principal dificuldade enfrentada por essas empresas do RN foi o aumento dos custos com insumos, mercadorias, combustíveis, aluguel e energia, citado como maior desafio por 34% dos empresários. Outros 32% apontaram a falta de clientes, enquanto 17% mencionaram diferentes obstáculos para manter o negócio.

O levantamento também mediu a percepção dos empresários potiguares em relação ao momento atual. Apenas 10% acreditam que “o pior já passou”; outros 42% afirmaram ainda enfrentar muitas dificuldades para manter o negócio; 21% se dizem animados com novas oportunidades e 28% reconhecem que os desafios recentes trouxeram mudanças valiosas para a gestão de seus empreendimentos.

Planejamento para elevar o faturamento

Alinne Dantas, do Sebrae-RN, reforçou sobre a importância do planejamento financeiro para elevar o faturamento dos pequenos negócios. “O planejamento financeiro é um diferencial competitivo, porque você sabe até onde você pode ir no seu preço. Muitas vezes você pode estar botando um preço mais baixo, mas aí você está tendo um prejuízo”, disse.

Karoline e Débora: planejamento aumentou faturamento em 80%| Foto Magnus Nascimento

As empreendedoras Karoline Silva e Débora de Senna são sócias da Dekacau Doceria, localizada no bairro Planalto, em Natal. Em agosto, elas tiveram um aumento de 80% no faturamento, graças ao planejamento e organização.

Antes da Dekacau, a trajetória delas foi marcada por dificuldades. Débora enfrentou desafios em sua primeira doceria, que precisou encerrar as atividades no início de 2021, devido à pandemia e à falta de experiência em gestão. “Tudo que eu faço hoje na Dekacau é diferente do que eu fazia na antiga doceria. Lá eu não tinha controle de caixa do que eu gastava, não tinha o meu estoque equilibrado e tudo isso eu tenho hoje”, disse.

Após o fechamento, ela voltou ao mercado formal como funcionária, onde conheceu Karoline. A amizade surgiu dentro da cozinha de uma cafeteria e dessa união nasceu a Dekacau.

“A gente tem um controle muito rigoroso de tudo que a gente vende e tudo que a gente gasta. É tudo colocado numa planilha. A gente registra o que entrou, o que saiu, como saiu, de qual ponto saiu”, disse Karoline Silva.

Débora destaca a importância da capacitação para pequenos empreendedores: “Depois que a gente participou da trilha Prospera Mulher, no SEBRAE, a gente recebeu uma consultoria financeira e pudemos nos aprofundar melhor”, conclui.

Tribuna do Norte

Nenhum comentário:

Postar um comentário