O levantamento feito a nível
nacional também apontou que 21% dos pequenos negócios estão com dívidas ou
empréstimos em atraso no país. Entre os pequenos negócios do RN, 33% informaram
que mantêm dívidas e empréstimos em dia, 24% declararam possuir dívidas em
atraso e 43% afirmaram não ter nenhum tipo de dívida. “A taxa de inadimplência
do comércio está ligada também à taxa de sobrevivência, que é menor no
comércio. Ou seja, são os negócios que mais fecham”, disse Alinne Dantas,
gerente da Unidade de Gestão Estratégica do Sebrae-RN.
Quando analisado o quanto o pagamento dessas dívidas representa nos custos
mensais da empresa, 50% disseram que o impacto é de menos de 30% dos custos;
34% disseram que o impacto é entre 30% e 50%, e 14% afirmaram que o pagamento
das dívidas representa mais da metade (50%) dos custos mensais; outros 2% não
souberam ou não quiseram responder.
Para Alinne Dantas, a falta de
planejamento pode contribuir para queda no faturamento e endividamento de
pequenos negócios. “Muitas vezes as empresas não têm um planejamento
financeiro, elas não conseguem ter um planejamento financeiro adequado e não
têm capital de giro suficiente”, aponta.
No levantamento, o Sebrae ouviu 180 pequenos negócios potiguares. O intervalo
de confiança da pesquisa é de 95%. Conforme apurado, a principal dificuldade
enfrentada por essas empresas do RN foi o aumento dos custos com insumos,
mercadorias, combustíveis, aluguel e energia, citado como maior desafio por 34%
dos empresários. Outros 32% apontaram a falta de clientes, enquanto 17%
mencionaram diferentes obstáculos para manter o negócio.
O levantamento também mediu a
percepção dos empresários potiguares em relação ao momento atual. Apenas 10%
acreditam que “o pior já passou”; outros 42% afirmaram ainda enfrentar muitas
dificuldades para manter o negócio; 21% se dizem animados com novas oportunidades
e 28% reconhecem que os desafios recentes trouxeram mudanças valiosas para a
gestão de seus empreendimentos.
Planejamento para elevar o
faturamento
Alinne Dantas, do Sebrae-RN, reforçou sobre a importância do planejamento
financeiro para elevar o faturamento dos pequenos negócios. “O planejamento
financeiro é um diferencial competitivo, porque você sabe até onde você pode ir
no seu preço. Muitas vezes você pode estar botando um preço mais baixo, mas aí
você está tendo um prejuízo”, disse.
Karoline e Débora: planejamento
aumentou faturamento em 80%| Foto Magnus Nascimento
As empreendedoras Karoline Silva e Débora de Senna são sócias da Dekacau
Doceria, localizada no bairro Planalto, em Natal. Em agosto, elas tiveram um
aumento de 80% no faturamento, graças ao planejamento e organização.
Antes da Dekacau, a trajetória
delas foi marcada por dificuldades. Débora enfrentou desafios em sua primeira
doceria, que precisou encerrar as atividades no início de 2021, devido à
pandemia e à falta de experiência em gestão. “Tudo que eu faço hoje na Dekacau
é diferente do que eu fazia na antiga doceria. Lá eu não tinha controle de
caixa do que eu gastava, não tinha o meu estoque equilibrado e tudo isso eu
tenho hoje”, disse.
Após o fechamento, ela voltou ao mercado formal como funcionária, onde conheceu
Karoline. A amizade surgiu dentro da cozinha de uma cafeteria e dessa união
nasceu a Dekacau.
“A gente tem um controle muito
rigoroso de tudo que a gente vende e tudo que a gente gasta. É tudo colocado
numa planilha. A gente registra o que entrou, o que saiu, como saiu, de qual
ponto saiu”, disse Karoline Silva.
Débora destaca a importância da capacitação para pequenos empreendedores:
“Depois que a gente participou da trilha Prospera Mulher, no SEBRAE, a gente
recebeu uma consultoria financeira e pudemos nos aprofundar melhor”, conclui.
Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário