Médico de formação e político
por vocação, Onofre Lopes desempenhou papel central na consolidação da saúde
pública potiguar. Como secretário de Saúde, foi responsável por modernizar
hospitais, expandir postos de atendimento e implementar programas de prevenção
contra doenças endêmicas como malária e tuberculose.
Além de ampliar a infraestrutura, também investiu na formação de profissionais
de saúde, incentivando a capacitação de médicos, enfermeiros e técnicos, o que
contribuiu para sedimentar uma rede mais eficiente de atendimento. Sua atuação
marcou uma fase de organização e expansão da saúde pública, que passou a
alcançar não apenas a capital, mas também o interior do estado.
Foi ele que em 1950 idealizou a criação de uma universidade no RN, projeto que
resultaria na fundação da UFRN, concretizada em 1958, no governo Dinarte Mariz.
De 1950 a 1960 atuou como o primeiro reitor da UFRN, marcando a história do
ensino superior no estado. Na edição da TN que destacava o seu centenário de
nascimento, em julho de 2007, o jornal lembrava que foi Onofre que “de volta à
capital potiguar, logo passou a liderar o movimento para a criação de uma
faculdade de medicina. Em pouco tempo, seria criada a UFRN, federalizada também
através da luta do médico”.
Se Onofre Lopes é lembrado pela força administrativa, Varela Santiago Sobrinho
é reverenciado pela humanidade no exercício da medicina. Médico vindo de uma
família influente de Natal, destacou-se pelo compromisso em atender a população
carente, oferecendo consultas, tratamentos e iniciativas filantrópicas em uma
época em que o acesso à saúde era restrito para muitos.
Varela tornou-se símbolo do atendimento ético, solidário e próximo do paciente,
projetando sua figura como um exemplo de médico filantropo e de profundo
compromisso social. Sua trajetória inspirou novas gerações de profissionais de
saúde, que encontraram nele um modelo de dedicação e empatia. Em fevereiro de
1952, a Tribuna mostrava sua dedicação aos pacientes com hanseníase, também
chamada de lepra. Dr. Varela pedia apoio da sociedade no tratamento de pessoas
estigmatizadas pela doença. Em 7/7/1965 a TN noticiava a inauguração, em Natal,
do hospital infantil filantrópico que leva o seu nome.
Embora tenham atuado em frentes distintas, Onofre Lopes e Varela Santiago
Sobrinho se complementam na construção da história da saúde no Rio Grande do
Norte. De um lado, o gestor visionário, capaz de estruturar políticas públicas
e ampliar o alcance dos serviços médicos; de outro, o médico filantropo, que
personificou o cuidado e a solidariedade. Juntos, representam dois pilares
fundamentais: a saúde como política pública estruturada e a medicina como ato
humano de compaixão.
Assim, o legado de Onofre Lopes e Varela Santiago Sobrinho permanece vivo não
apenas nas memórias, mas também nas instituições e valores que moldaram a
medicina potiguar, projetando-os como referências indissociáveis da história do
Rio Grande
do Norte.
Tribuna do Norte
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